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Tensão nos jogos da Copa é arriscada para o coração

Com a intensa agonia durante as disputas, é grande o risco de infarto

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
03/07/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Aguenta coração! O duelo entre Brasil e Chile, no sábado, na Copa do Mundo, testou o coração de muita gente e a tensão promete se repetir na partida de amanhã contra a Colômbia. Com a emoção à flor da pele, os torcedores mais apaixonados devem ter cuidado redobrado com o órgão. No jogo passado, um homem de 69 anos, que estava no Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte, morreu após dar entrada no hospital, com quadro de infarto.

Segundo trabalho realizado pela Fifa (Federação Internacional de Futebol) no Mundial de 2006, na Alemanha, a incidência de emergências cardíacas foi 2,6 vezes maior em dias de jogos da seleção anfitriã quando comparada ao período pré-Copa.
“Numa situação de estresse alto, o corpo sofre, alterando o coração, que se acelera, a chamada taquicardia. A respiração se intensifica e a pessoa fica ofegante, como se estivesse fazendo uma atividade física sem controle. Há alteração dos níveis de plaquetas, que tem descargas de adrenalina, fazendo com que ocorra uma disfunção na parte de dentro dos vasos. Isso pode levar ao ataque cardíaco”, explica o cardiologista especializado em Medicina Esportiva da Fundação do ABC e Diretor Técnico do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Mauá, Marcelo Ferreira.

A funcionária pública Dulcinéia de Souza Damasceno Costa, 41 anos, de Ribeirão Pires, que é hipertensa, passou sufoco no fim de semana. No momento dos pênaltis, sua pressão chegou à 21 por 12, com 114 batimentos cardíacos por minuto – quando o normal é 100. “Faço uso de remédios para controle da pressão e, no dia do jogo, mesmo medicada, me senti mal, deu tremedeira e comecei a suar frio. Tentei me acalmar, pois sei do risco de infarto. Mesmo assim, assisti a partida até o final. Amo futebol, mas estou pensando em não acompanhar mais, pois, no sábado, tive muito medo (de infartar)”, fala.

A estudante de jornalismo Amanda Cristina dos Santos de Paula Pereira, 20, moradora de Rio Grande da Serra, também é hipertensa e, no sábado, dobrou a dose de medicamentos que utiliza para controlar a pressão. “Tenho que tomar um comprimido por dia, mas quando tem jogo do Brasil, tomo dois. Meu coração parece que vai sair pela boca”, conta.

O autônomo João Batista de Paula Lopes, 46, de Mauá, nem conseguiu ver o término da partida. “Estava com dor no peito e assisti os 90 minutos. Não tive coragem de ver o resto e na sexta (amanhã), não vou assistir, pois sei que posso passar mal”, comentou.

O cardiologista orienta que, ao sentir aperto no peito, palpitação ou dor no braço esquerdo, a pessoa deve procurar o hospital mais próximo. Mas para não perder nenhum lance do maior evento esportivo da Terra, Ferreira dá a dica, que pode ser colocada em prática no jogo de amanhã. “Seja ou não portadora de doença cardíaca, a pessoa tem que controlar a ansiedade usando a razão, pois não vai mudar a vida dela se a Seleção Brasileira ganhar ou perder.”




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