Depois de meses de especulação, finalmente o Banco do Brasil efetiva a operação com o BV (Banco Votorantim) e compra 49% dos ativos do banco. Com essa aquisição, faltam R$ 21,8 bilhões para que a instituição estatal alcance o maior banco do país, formado pela fusão entre Itaú e Unibanco.

O governo não se sentia confortável tendo sua instituição financeira na vice-liderança do mercado e o incômodo já vinha sendo manifestado pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo assim, Antonio Lima Neto, presidente do Banco do Brasil, garante que não há pressão do governo. "Só faremos negócios que tenham caráter estratégico para o banco, como foi com o Votorantim", disse.

Entre os mercados alvo do Banco do Brasil, estão os financiamentos de veículos a pessoas físicas. Nesse sentido, a nova aquisição se encaixa perfeitamente no projeto, tendo em vista a sua força no setor.

"O Votorantim é um banco sólido, mas tem a parte de financiamento para veículos bastante forte", confirma o professor do Laboratório de Finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração), Keyler Carvalho Rocha. "É estratégico, porque, como os juros são mais altos, o retorno é muito grande."

Com o Votorantim, o BRB (Banco Regional de Brasília) passa a ser o próximo alvo. A operação também já vinha sendo comentada no mercado financeiro. "Não vejo muitas possibilidades. Estão todos indo às compras e as oportunidades estão ficando escassas", lembra Rocha.

A aquisição não deve trazer mudanças para os clientes, uma vez que o controle operacional do BV não mudou de mãos. "Com essas fusões, os custos do banco são rateados entre mais clientes e, portanto, as taxas podem diminuir", explica o professor. (com AE)