O preço do automóvel zero-quilômetro em setembro registrou queda de 0,96% no mês, a maior desde dezembro de 2008, no auge da crise econômica, quando o tombo chegou a 4,2%, aponta o índice AutoInforme/Molicar, que calcula a evolução do custo real das 930 versões de carros nacionais e importados. No acumulado do ano, por outro lado, os carros inflacionaram 1,72%, mas a tendência é de preços mais atrativos.

A concorrência entre as marcas, estoque alto nas concessionárias e a proximidade com o Salão do Automóvel são alguns dos fatores que influenciam o comportamento do mercado. "Existe uma disputa intensa para baixar o preço dos veículos, mesmo porque a margem de lucro ainda é grande", avalia o diretor da Agência AutoInforme, Joel Leite.

As quatro principais montadoras do País registraram leve recuo em setembro nos preços. Na Fiat, a retração chegou a 2,30%, na Ford, alcançou 1,90%, na General Motors, 0,75%, e, na Volkswagen, 0,29%. O estudo leva em conta o volume de vendas de cada carro para calcular o seu peso na média mensal.

Na contramão, as marcas que tiveram alta são aquelas com volume menor de vendas, como a japonesa Suzuki, que registrou incremento de 1,93%, a norte-americana Dodge, de 1,88%, a japonesa Lexus, de 1,45%, e a norte-americana Chrysler (1,01%).

MAIS EM CONTA
Entre os carros que mais baratearam seus preços estão o Fiat Palio 1.8, que passou de R$ 37,5 mil em agosto para R$ 33,5 mil em setembro, com desvalorização de 10,67%. Nesta mesma casa também está o Hyundai i30.

Leite afirma que, até o fim do ano, os custos dos veículos devem continuar caindo. "Este será o período de liquidação de estoque, quando as empresas quererem impulsionar as vendas para fechar bem o ano". Ele considera ainda que a chegada dos carros chineses ao País vai acirrar um pouco mais a concorrência entre as montadoras e as importadoras.