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Animal venenoso pica mais no verão
Yara Simões
Especial para o Diário
20/01/2005 | 15:05
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Os registros de pessoas picadas por animais peçonhentos (venenosos) – cobras, aranhas, escorpiões, taturanas – estão concentrados nos meses de janeiro e fevereiro, o período mais quente do ano. Por conta das estatísticas, a Secretaria Estadual de Saúde emitiu um alerta à população para que evite o contato com animais desse tipo, muitos deles adaptados ao meio urbano. No ano passado, foram registrados 7,6 mil casos no Estado, dentre os quais 34 no Grande ABC.

A médica infectologista Ceila Maria Santana Malaque, do Hospital Vital Brasil, explica que o calor é o responsável pelo aumento dos casos. "Neste período, os animais tornam-se mais ativos. Também é nesta época que as pessoas costumam ir para regiões rurais, o que aumenta a possibilidade de contato com cobras, por exemplo.

Porém, ela diz que muitos dos acidentes registrados ocorrem em áreas urbanas. "Picadas de escorpiões e aranhas são comuns nas cidades. Já as serpentes atacam mais no campo", explica Ceila.

Os escorpiões costumam ficar concentrados em terrenos baldios, áreas com entulho de construção e onde há madeira empilhada. Eles também são atraídos pelas baratas, uma de suas presas. Os mais comuns são os escorpiões amarelos e os de cor escura, quase pretos. Eles medem cerca de 10 cm e as picadas são muito doloridas.

De acordo com a especialista, as aranhas das espécies marrom e armadeira são as responsáveis pela maioria dos acidentes em áreas urbanas. Elas podem ser encontradas atrás de portas, no interior de armários, sapatos e roupas. A diferença entre elas é que a marrom é menor e sua picada não é tão dolorida. No entanto, caso a pessoa não seja medicada, em três dias o local começa a ficar vermelho escuro e a vítima começa a sentir mal-estar. Após uma semana, o veneno causa a necrose na pele.

A picada da armadeira provoca dor aguda e imediata. "No caso das armadeiras é difícil ter agravamento. Só as crianças estão mais sujeitas a ter vômito, febre e arritmia cardíaca", explica a infectologista.

Já as picadas de cobra são mais perigosas e dependem da espécie do réptil. A dor causada é parecida a de picada de formiga. No entanto, a região atingida começa a inchar e a dor aumenta proporcionalmente. A jararaca é responsável por 80% dos acidentes. Em segundo lugar, vem a cascavel. A picada de uma dessas espécies pode resultar em insuficiência renal e até na paralisia dos órgãos.

As taturanas, ao contrário dos escorpiões e cobras, têm o veneno nos pêlos. "Algumas espécies (de cor verde) têm veneno letal, podendo matar um adulto caso não seja medicado", afirma o médico José Carlos Lopes Prado, também do Hospital Vital Brasil, em São Paulo, referência no tratamento de pessoas picadas por animais peçonhentos.

O Hospital Vital Brasil disponibiliza telefone 24 horas para tirar dúvidas e indicar qual o hospital mais próximo para onde a vítima deve se dirigir em caso de ser picada por um animal venenoso. O telefone é 3726-7962.




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