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Aécio defende 'paternidade' de FHC sobre Bolsa Família
15/10/2014 | 00:54
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O candidato Aécio Neves (PSDB) reforçou o argumento de que o PT de Dilma Rousseff não sabe reconhecer méritos de governos anteriores e afirmou, durante o debate, que o verdadeiro pai do Bolsa Família é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, seu correligionário, e a ex-primeira-dama Ruth Cardoso seria a verdadeira mãe. "Se fizermos um raio-x do DNA do Bolsa Família, o pai será o presidente Fernando Henrique e a mãe, Ruth Cardoso. O programa do seu governo era o Fome Zero, mas vocês aproveitaram e avançaram no cadastramento único. Parabéns, o presidente Lula tem esse mérito", afirmou Aécio.

Dilma reagiu com indignação, afirmou não ter cabimento o tucano defender que um programa com a dimensão do Bolsa Família, que atende a 50 milhões de pessoas, ser relacionado a um programa como o Bolsa Escola, que segundo a petista atendia a 5 milhões. "Aí passou de todos os limites, já estamos na fabulação", disse a presidente. "Vocês jamais aplicaram recursos em grandes programas sociais", afirmou ao acusar o governo do PSDB, que antecedeu a gestão petista, de "proibir" o governo federal de investir em escolas técnicas. Dilma também aproveitou para engatar a crítica ao ajuste fiscal prometido pelo adversário, argumentando que poderia impactar os programas sociais que são vitrine do governo do PT, como Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e o Pronatec, de acesso a ensino técnico. "Não condicionamos nossos programas a medidas impopulares, como ajustes fiscais e choque de gestão", disse Dilma.

Aécio reafirmou que não pretende acabar com programas sociais nem com bancos públicos, como vem sendo colocado pelo PT. E questionou se, além do Bolsa Família, o Brasil não poderia ter outros programas para combater a pobreza. Aécio disse que sua proposta é de sanear os bancos públicos, ao que Dilma respondeu dizendo acreditar sim que o tucano queira reduzir o papel dessas instituições. "Eu acredito que transparência virou sinônimo de redução do papel dos bancos públicos. Eu não concordo. E acho que é exatamente isso que o senhor quer fazer, diminuir o papel dos bancos públicos."

Pouco antes a esse embate, Aécio havia questionado o motivo do sigilo de empréstimos do BNDES a um porto em Cuba. Dilma não respondeu diretamente sobre a questão do sigilo, mas disse que o Brasil está disputando financiamentos na área de serviços, porque é uma "área estratégica no mundo". A presidente argumentou que o processo gera empregos no País. Aécio chegou a pedir explicações de por que esses investimentos não se destinaram a portos brasileiros, ao que Dilma respondeu: "o financiamento não foi feito a Cuba, porque não pode ser feito a Cuba. Fizemos investimentos a empresas brasileiras".




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