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Zé Carioca faz 70 anos
Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
28/10/2012 | 07:00
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Reprodução


Dá para acreditar que o Zé Carioca completa 70 anos? Apesar de não aparentar a idade, o papagaio que representa o Brasil passou por muitas mudanças ao longo das décadas. Criado por Walt Disney, estreou no filme Alô, Amigos! em outubro de 1942, no qual contracena com Pato Donald. Em 1944, ganhou segundo longa: Você Já Foi à Bahia?, além de tirinhas de jornal, animações e gibis, publicados até hoje.

Zé Carioca nasceu durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Foi estratégia dos Estados Unidos para ter povos da América Latina como aliados. A iniciativa recebeu nome de Política da Boa Vizinhança. Disney visitou o Brasil, Argentina, Colômbia, Venezuela, Peru e Chile. Depois, fez o filme com personagens que representam cada nação.

No início, o papagaio era desenhado pelo próprio criador, que fez o cenário das histórias baseado no que viu no País e em imagens de cartões-postais. Espertalhão e preguiçoso, Zé Carioca usava paletó, gravata borboleta, chapéu e carregava guarda-chuva. Morava num morro do Rio de Janeiro.

Por volta de 1950, passou a ser produzido na Argentina. No fim da década, chegou às mãos de ilustradores brasileiros. Quem mais se destacou foi Renato Canini, que trabalhou com o personagem entre 1971 e 1981. Foi responsável pelas principais mudanças no visual.

Continuou malandro, mas passou a vestir camiseta, boné e tênis. As tramas retratavam a vida na favela e problemas sociais. Em algumas delas, encontrou Peter Pan e Sininho, Mickey e Pateta. Também viveu histórias de ficção científica, bangue-bangue e mistério.

Apesar de mais velha, a ave carioca está longe de se aposentar das aventuras.

 

Publicação especial

Como presente de aniversário, o papagaio ganhou coleção especial de histórias em quadrinhos: Zé Carioca - 70 anos (Editora Abril, 300 págs., R$ 16), que será lançada em dois volumes. O primeiro deve chegar amanhã (29) às bancas. Traz tirinhas produzidas nos Estados Unidos entre 1942 e 1944, além de seleção de tramas raras escritas entre os anos 1940 e 1960, que foram recoloridas digitalmente. Há também reportagens sobre bastidores da criação do personagem e suas mudanças ao longo dos anos. Em novembro, chega a segunda revista, com HQs brasileiras inéditas feitas especialmente para a edição. É a primeira vez que histórias do personagem são reunidas desse modo em única publicação.

 

Consultoria de Waldomiro Vergueiro, coordenador do Observatório de Histórias em Quadrinhos da USP.

 

 




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