Os conservadores obtiveram 27 das 30 cadeiras da capital. Assim, são 156 conservadores eleitos no primeiro turno, segundo os resultados finais anunciados pelo ministério do Interior.
A maioria absoluta no Majlis (Parlamento iraniano) é de 146 cadeiras.
Estes números, divulgados após cinco dias de contagem, representam a revanche de uma geração de conservadores que se declara pragmática e fiel ao Islã e que, apesar de afirmar o contrário, freará as reformas políticas, sociais e culturais.
Segundo uma recontagem não oficial, somente 39 reformistas foram eleitos no primeiro turno, apesar de ocuparem os três quartos do parlamento.
Dos 30 deputados de Teerã, 29 eram reformistas. O único conservador era o dirigente Gholam Ali Hadad Adel.
No primeiro turno, também foram escolhidos 31 independentes e cinco representantes das minorias religiosas. Falta ainda a escolha dos ocupantes de 58 cadeiras.
Cinco conservadores foram eleitos no primeiro turno na capital iraniana. Duas mulheres, uma conservadora e uma reformista, ganharam em circunscrições provinciais. Sete candidatas participarão do segundo turno.
O segundo turno, cuja data de realização ainda não foi determinada, reforçará o domínio conservador.
Apenas 17 reformistas disputarão a vitória. Tradicionalmente, o segundo turno não atrai muita participação, o que favorecerá os conservadores, que contam com um eleitorado fiel.
O líder da única lista reformista, a Coalizão pelo Irã, não estará presente. Mehdi Karubi, presidente do parlamento e próximo ao presidente Mohamad Khatami, decidiu retirar-se da corrida nesta quarta-feira.
A vitória conservadora era inevitável desde que o Conselho dos Guardiões, pilar institucional e ultraconservador do regime, rejeitou a candidatura da maioria das personalidades reformistas, alegando desrespeito ao Islã e à Constituição.
Estas eliminações arbitrárias provocaram uma das piores crises políticas da República Islâmica.
Vários apelos foram feitos para boicotar as eleições, que registraram o nível de participação mais baixo em legislativas desde a revolução de 1979, com 50,57%, segundo o ministério do Interior, ainda controlado pelos reformistas.
O Conselho de Guardiões contesta este número, e acusou o ministério de manipular os dados.
As condições nas quais transcorreram as eleições foram criticadas pela União Européia e pelos Estados Unidos, que denunciaram um "revés para a democracia".
De acordo com o deputado reformista Khafar Golbaz, citado pela agência estudantil Isna, cerca de cem parlamentares pediram ao presidente Khatami que explique ante o parlamento "suas posturas ambíguas" para defender os candidatos antes das eleições, e o descumprimento de suas promessas.
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