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Câmara em São Bernardo é terceira mais cara do Estado

Ranking do TCE mostra que legislativos da região figuram entre os que mais gastam em SP

Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
24/05/2021 | 07:00
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Divulgação


 A Câmara de São Bernardo, presidida por Estevão Camolesi (PSDB), é o terceiro Legislativo do Estado que mais gastou em 2020, ano em que a crise provocada pela pandemia de Covid-19 corroeu as finanças públicas. Levantamento do Diário, com base em dados compilados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), revela que a cidade gastou R$ 65,4 milhões no ano passado – a listagem não inclui a Capital, cujos dados são auditados pelo TCM (Tribunal de Contas do Município).

Nesse ranking, São Bernardo é superada apenas por Campinas (ficou em primeiro lugar) e Guarulhos (segundo), que despenderam R$ 111 milhões e R$ 101 milhões, respectivamente. Esses valores levam em consideração despesas líquidas com pessoal (servidores concursados, comissionados e agentes políticos) e com custeio, como contratos de manutenção dos prédios, fornecimento de materiais, alugueis de imóveis ou de veículos, por exemplo.

Atualmente, cada um dos 28 vereadores de São Bernardo recebe R$ 15.031,75 brutos por mês. Por ano, a casa despende R$ 5 milhões só com os contracheques dos vereadores (7,7% do total das despesas).

Em fevereiro, o Diário revelou com exclusividade que a Câmara de São Bernardo pagava supersalários a servidores, cujos holerites superavam o teto legal. Procuradora do legislativo, a advogada Suely Duarte de Matos chegou a receber R$ 36.212,28 só no mês de janeiro, valor superior ao salário do próprio prefeito Orlando Morando (PSDB), que recebe R$ 30.625,77. Depois da reportagem, Camolesi afastou a servidora da mesa diretora, o que resultava em gratificações, e o salário de Suely caiu para R$ 28,4 mil. Ela argumenta que seus vencimentos não eram irregulares.

OUTROS LEGISLATIVOS
Das sete câmaras da região, cinco figuram entre as 20 que mais gastaram entre 644 municípios paulistas – descontando a Capital.

O Diário apurou, porém, que, contando apenas os gastos líquidos com pessoal, o legislativo paulistano assumiria a liderança no Estado (R$ 506,7 milhões) e, consequentemente, a Câmara de São Bernardo cairia para a quarta colocação.

Além da Câmara são-bernardense, figuram o ‘top 10’ do TCE os legislativos de São Caetano (sexto que mais gasta no Estado) e Santo André (décimo). Enquanto a casa são-caetanense gastou R$ 53,5 milhões no ano passado, a andreense, R$ 49,5 milhões. Já as câmaras de Diadema e Mauá ficaram em 16º e 17º lugar, respectivamente (veja ranking completo ao lado).

Ao Diário, o Legislativo de Santo André, presidido por Pedrinho Botaro (PSDB), alegou que todas as despesas cumprem os limites legais e que os gastos são proporcionais à arrecadação do município. A casa completou que tem promovido diversas economias, com energia elétrica e papelaria, por exemplo, que tendem a reduzir os gastos com custeio a médio e longo prazos.

Questionadas, as câmaras de São Bernardo; São Caetano, presidida por Pio Mielo (PSDB); de Diadema, comandada por Josa Queiroz (PT); e de Mauá, liderada por Zé Carlos Nova Era (PL), não se manifestaram sobre os números apresentados pelo TCE.




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