Com a unificação dos grupos 1 e 2 das escolas de samba de Santo André, que neste ano disputam o mesmo título, as agremiações favoritas do público entram na avenida Apiaí, a partir das 21h deste domingo, dispostas a evitar surpresas. Sábado, desfilaram na passarela cinco escolas do Grupo 2 e duas pleiteantes. Como em todo Carnaval, a briga deverá ficar entre a Mocidade Independente Cidade São Jorge e Leões do Vale, respectivamente campeã e vice do ano passado.

A disputa, com certeza, estará mais acirrada entre as duas agremiações, embora a Palmares tenha escolhido seu tema à dedo e, especialmente neste ano, trabalhou com empenho para acabar com a supremacia das consideradas gigantes. Nos últimos anos, a Leões e a São Jorge se revezaram nos primeiro e segundo lugares do Carnaval de Santo André. Em 2000, a diferença entre as duas foi de apenas meio ponto.

A São Jorge não poupou esforços para tentar desenvolver o melhor Carnaval. Segundo o diretor cultural da entidade, Aloísio João de Lima, o Tatá, em princípio a direção havia pensado em conceber um Carnaval mais barato, mesmo porque fazia parte de um acordo com a Uesa (União das Escolas de Samba de Santo André). “Mas como estamos homenageando a Lucélia (Santos, atriz), não iríamos desenvolver nosso tema de qualquer jeito. Foi preciso investir.”

O valor empregado pela escola, de acordo com Tatá, ficou em torno de R$ 50 mil.

Já a Leões do Vale investe num tema que, mesmo parecendo batido, é sinônimo de criatividade e, quando bem desenvolvido, costuma ser vencedor: a raça negra. “Queríamos fazer algo diferente, ou seja, tirar o negro do tronco. É claro que vamos lembrar da escravidão, pois foi assim que o africano veio parar aqui, mas iremos mostrar figuras guerreiras, como Zumbi”, disse o carnavalesco da entidade, Geraldo Azevedo.

E de novidade também é feito o Carnaval da Leões, ou melhor, a bateria da escola. Neste ano, a bateria vai levar um som mais forte, assim como tambores africanos. Os batuqueiros comandados por Milton Santana da Silva, o mestre Miltinho, costumam levantar a arquibancada em todos os desfiles.

No entanto, uma das armas que fazem da Palmares uma das mais fortes concorrentes é a bateria, que neste ano terá perto de 100 batuqueiros. As fantasias e alegorias sobre o tema Mensageiros da Paz deverão ser o diferencial na avenida.

As escolas de samba Ocara Clube e Mocidade Fantástica de Vila Alice, as mais antigas e tradicionais agremiações da cidade, devem fazer um Carnaval mais técnico. Geralmente, esse tipo de desfile não causa empolgação generalizada no público. Porém, é a fórmula certa para agradar em cheio os jurados.

Segundo o presidente da Vila Alice, Donizete Pimentel Moreira, o tema da escola – Aramaçan 70 Anos – é compacto e permite que, tanto o público como os jurados, tenham uma interpretação perfeita. “Contar a história, seja de uma entidade ou de um país, é garantia de sermos bem entendidos.”