Ex-dirigente do sindicato registrou comunicado alegando que não será massa de manobra
José Rubem Nascimento Lopes renunciou ontem do cargo de presidente do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de São Bernardo, sob alegação de que a entidade está sendo utilizada para fins políticos. O então dirigente, que assumiu o posto para mandato de quatro anos após eleição interna conturbada no fim de 2016, registrou comunicado sustentando que não será “massa de manobra”.
O dirigente sindical afirmou que a entidade estaria se afastando do objetivo central de oferecer melhores condições ao servidor público para se tornar espaço para “carreirismo político”, sem citar nominalmente o PT. Na carta elaborada, ele destacou pontos de seu desligamento do Sindserv – na vaga de Rubem, deve assumir a vice-presidente do órgão, Marlene Mathias.
“O modelo antigo de usar o sindicato para fazer política não funciona mais. As lutas históricas dos sindicatos para defender o trabalhador sempre nos deram muita força, mas essa força começou a se perder quando passaram a usá-la para fazer política”, disse Rubem em sua renúncia. “Escrevo essa carta para dizer que cansei. Cansei de chantagem, de mentiras e de sofrer tentativas de ser usado como massa de manobra”, diz o ex-presidente em outro trecho da carta.
Questionado sobre a saída, Rubem citou que, “obviamente”, há envolvimento político dentro do sindicato. “Essa interferência dificulta muito as relações do sindicato com o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), que evita negociar com a gente”, declarou Rubem, citando o PT como principal influência política dentro da direção.
Para Rubem, a decisão da renúncia é considerada “irrevogável” e ele não vê possibilidade de retornar ao cargo em um primeiro momento. Teve atuação considerada moderada à frente do posto. Ex-filiado ao PT, ele declarou que o atual prefeito tem demonstrado mais esforço junto ao funcionalismo que seu antecessor Luiz Marinho (PT). “Orlando está fazendo mais pelo servidor do que fez Marinho. É nítido que conseguimos mais benefícios agora.”
Rubem pontuou também que não pretende deixar o sindicato, mas que não quer “sofrer mais as cobranças políticas” que alega ter sofrido enquanto esteve à frente da entidade. “Gostaria até de poder me candidatar a presidente novamente. Este ano terá eleição, vamos ver se não participo de novo”, sugeriu.
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