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Faturamento de micro e pequenas da região cai 12%
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
13/05/2011 | 07:19
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As micro e pequenas empresas do Grande ABC correm para o lado oposto do restante do Estado nos resultados. Enquanto o faturamento real médio em São Paulo subiu 3,2% em março, ante igual período do ano passado, a receita das MPEs da região caiu 12%. Este resultado está acima da inflação do período, que no caso do INPC foi de 6,30%.

Os dados fazem parte da pesquisa de indicadores de conjuntura do Sebrae-SP. A publicação aponta que, em março contra o mesmo mês de 2010, a Região Metropolitana teve 1,9% de crescimento na receita real. O Interior registrou expansão de 4,6% e a cidade de São Paulo teve acréscimo de 5,5%.

INDÚSTRIA

Boa parte do recuo na região é atribuída ao resultado da indústria, disse o diretor superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano. No Estado, o setor industrial teve decréscimo de 5,5% no faturamento real.

"Março do ano passado foi o último mês de desoneração na linha branca", argumentou Caetano como uma das explicações para o recuo neste segmento. Ele acredita que a menor demanda por geladeiras e fogões atingiu os resultados da indústria nacional.

A gerente do Sebrae na região, Josephina Irene Cardelli, destacou que as fábricas têm grande presença no Grande ABC. E a desaceleração no setor contamina os demais. "Reflete porque as MPEs realizam prestação de serviços para a indústria", completou a executiva.

FERIADO

Os representantes do Sebrae-SP concordam que o Carnaval foi o terceiro fator, que agregado aos demais, contribuíram para o mau resultado. "Nós tivemos em março menos dias úteis do que no mesmo mês do ano passado. Portanto houve menos turnos nas indústrias, que refletem na produção", pontou Caetano.

CAUTELA

Apesar do resultado negativo, Josephina defendeu que é cedo para tirar conclusões sobre o cenário das pequenas empresas na região. "É interessante que aguardemos as próximas pesquisas para analisar se o motivo foi o impacto de 2010", disse sobre o fim da desoneração tanto na linha branca quanto aos veículos.

A gerente apresentou o aperto monetário realizado pelo governo como outra hipótese para o resultado negativo da região. "A falta de crédito no mercado pode ter influenciado", opinou.

Este cenário ocorre pelos aumentos recentes na taxa básica de juros Selic que o Banco Central realizou desde janeiro.

Aprimorar gestão reduz risco de prejuízos em cenário de atenção

O diretor do Sebrae-SP alertou que os micro e pequenos empresários do Grande ABC devem considerar o decréscimo médio no faturamento real como momento de atenção. "Podemos dizer que o sinal amarelo está aceso para a indústria. E a região tem que ficar atenta", disse Bruno Caetano.

Ele aconselhou que o empresário dobre os cuidados sobre a gestão da companhia. Entre as principais mudanças de estratégia, reduzir a necessidade de contratação de crédito, que vem encarecendo desde o fim do ano, é uma das principais. "Porque ele deve ficar mais caro", acrescentou o executivo.

Caetano destacou que postergar os vencimentos das faturas contribui para a proteção do atual cenário monetário. Escoar os estoques e aprimorar os processos da linha de produção são alternativas apresentadas pelo diretor. "São essas pequenas mudanças que farão a grande diferença", destacou.




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