Os partidários do líder da oposição e candidato à presidência do Quênia, Raila Odinga, realizaram violentas manifestações neste sábado diante da lenta apuração dos votos das eleições desta semana. Pela primeira vez desde o início do trabalho de centralização dos resultados, a comissão eleitoral anunciou neste sábado resultados parciais da eleição presidencial.
Odinga tem 49,47% dos votos, contra 45,35% do atual presidente, Mwai Kibaki, após a contagem de 7,5 milhões dos 14,2 milhões de votos. Henry Kosgey, presidente do ODM (Movimento Democrático Laranja), de Odinga, questiona a lentidão da apuração dos votos para presidente.
"Se existe algo sujo, queremos saber o que acontece; se há presidentes de mesas eleitorais que tentam falsificar os resultados, o que a comissão vai fazer?", perguntou. Com a lentidão e as acusações de fraude, os militantes do partido de Odinga demonstraram sua revolta em vários bairros pobres de Nairóbi e no oeste do país.
"Houve distúrbios em Eastlands e problemas em Kibera. Tomaremos medidas drásticas para acabar com a violência", declarou o porta-voz da polícia nacional Eric Kiraithe. Eastlands é um grande bairro de barracos de Nairóbi e Kibera é a maior favela da África, a sete quilômetros do centro da capital do Quênia.
No oeste do país, em cidades como Kisumu, reduto de Odinga, Eldoret e Kakamega, pneus foram queimados e lojas saqueadas. Odinga, que passou nove anos preso por sua militância política, foi reeleito sexta-feira deputado por sua circunscrição em Nairóbi, etapa necessário para concorrer à presidência da República.
O campo do presidente Kibaki sofreu um revés nas legislativas, já que 18 dos 30 membros do governo não conseguiram ser reeleitos.
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