Ex-chefe da Saúde de Mauá rebate críticas do prefeito e cita falta de planejamento do governo
Ex-vice-prefeito de Mauá e ex-chefe da Saúde no município, Márcio Chaves (PSD) rebateu as críticas disparadas pelo prefeito Atila Jacomussi (PSB) de que houve ingerência na Pasta que o pessedista administrou por falta de “compromisso com a competência”. Segundo Chaves, o socialista disparou ataques porque está “preocupado com a sucessão”, em 2020. “Só existe ingerência quando não há planejamento de governo e quando o prefeito tem receio de que o secretário fique na sua sombra (na vida pública)”, retrucou.
Atual chefe da Saúde de Santo André, Chaves deixou o comando do setor no governo mauaense em dezembro. Oficialmente, a saída foi considerada amigável, mas o tom do discurso de Atila durante a posse do novo secretário de Saúde do município, Ricardo Burdelis, na quarta-feira, evidenciou as cicatrizes do rompimento da dupla. Além de afirmar que Chaves “não soube desenvolver o plano de governo”, o prefeito ainda sugeriu falhas na atuação do ex-aliado à frente da Pasta. “Não admito mais errar”, disse.
Chaves saiu em defesa da sua passagem pelo governo de Atila e reivindicou o “legado” das conquistas da área durante o ano que integrou a gestão do socialista, como a inauguração do pronto-socorro do Hospital Doutor Radamés Nardini. “Que bom que o prefeito fez uma auto-crítica e que admitiu que não pode mais errar, porque o modelo de gestão dele não preza pelos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde), pela responsabilidade fiscal e pelo bom atendimento à população. Prezar pelos princípios do SUS não é amontoar pacientes no quarto e colocar planta no corredor para fazer vídeo para publicar nas redes sociais. Agradeço pela oportunidade de ter sido secretário, mas se ele (Atila) não reconhece o que fizemos, não é digno de um prefeito moderno. Todo esse legado é da equipe da Secretaria de Saúde de Mauá, não dele”, replicou o pessedista.
A passagem de Chaves pelo governo Atila foi marcada por crises internas entre o chefe do Executivo e o então secretário, que reclamou de ingerências do prefeito na gestão do setor e entrou em embates com nomes de confiança do chefe do Executivo na FUABC (Fundação do ABC), responsável pela gestão dos equipamentos de Saúde na cidade. Antes de deixar o cargo no município, Chaves teve o trabalho questionado por diversas vezes por vereadores da base governista, que reclamavam de falta de diálogo por parte do então mandatário da Pasta.
HISTÓRICO
A aliança política de Atila e Márcio Chaves se viabilizou no segundo turno da eleição de 2016, quando o pessedista apoiou Atila no confronto direto com o então prefeito Donisete Braga (PT), que buscava a reeleição, depois de ficar na quarta colocação na disputa pelo Paço. Ex-petista, Chaves havia adotado discurso crítico aos governos do petismo no município. Em troca do apoio eleitoral, o pessedista passou a chefiar a Saúde no governo Atila. “Nunca recebi uma crítica sequer do prefeito, seja em despachos individuais ou em reuniões”, finalizou Márcio Chaves.
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