Santo André inaugura esta semana um projeto para tratar da relação entre arte e tecnologia, uma fusão que a cada dia ganha adeptos e estudiosos. A iniciativa conta com apresentação artística, encontros e oficina, tudo na Casa da Palavra (praça do Carmo, 171. Tel.: 4992-7218) e com entrada franca. Os interessados devem se inscrever antecipadamente para garantir a participação nas atividades.

O pontapé inicial do projeto será dado às 20h de quinta-feira com o espetáculo Poemix Brasil, concebido especialmente para exibição no Festival Roma Poesia (realizado em outubro passado na capital italiana) e que será mostrado pela primeira vez no país. Até a tarde desta segunda-feira restavam poucas vagas para a atração.

“Em meados do ano passado foi inaugurada na Casa da Palavra uma sala de inclusão digital que tem seis computadores disponíveis ao público, sobretudo para uso de internet. A abertura desta sala foi o impulso para a criação do projeto Arte e Tecnologia, que se estenderá até dezembro e tem como objetivo mostrar o potencial artístico das novas tecnologias, principalmente o computador”, afirma Marcos Azevedo, coordenador da Casa.

Poemix Brasil é uma parceria de Arnaldo Antunes, Cid Campos, Lenora de Barros e João Bandeira. O espetáculo é composto por poesia, música, performance e vídeo. “Desenvolvemos a dimensão sonora da poesia: é um trabalho de oralização poética. A palavra é a base de tudo”, diz Lenora, filha do artista plástico Geraldo de Barros (1923-1998).

Músicas de Cid Campos e poesias de autoria de João Bandeira, Lenora de Barros e Arnaldo Antunes formam o espetáculo. “A exibição é dividida em blocos e tem desde apenas um de nós se apresentando até os quatro juntos. As formações variam”, afirma Bandeira.

“A projeção de um vídeo (sem áudio) assinado pelo diretor de arte Grima Grimaldi forma um cenário em movimento. E o Cid Campos se apresenta com uma guitarra midi, que funciona como sintetizador pois gera as mais diversas sonoridades”, diz Bandeira.

Para os encontros do projeto Arte e Tecnologia foram convidados o poeta Augusto de Campos (setembro), o músico Wilson Sukorski (outubro), o cineasta e videomaker Walter Silveira (novembro) e o poeta e professor Lúcio Agra (dezembro). As atividades estão marcadas para a penúltima quinta-feira de cada mês.

Já a oficina de produção digital, coordenada pelo poeta e artista plástico João Sampaio, começa na quarta-feira. As aulas ocorrerão sempre às quartas-feiras, a partir das 19h45.

“A oficina é uma atividade teórica e prática que tem como foco a exploração dos recursos tecnológicos na criação artística. A intenção é que os participantes criem trabalhos artísticos usando os computadores da sala de inclusão digital da Casa da Palavra”, diz Azevedo.

A coordenação do evento é responsabilidade de Cid Campos. Ele é filho de Augusto de Campos e sobrinho de Haroldo de Campos (morto sábado passado), precursores da poesia concreta.

O projeto Arte e Tecnologia é promovido pela Prefeitura de Santo André por meio das secretarias de Cultura, Esporte e Lazer, Orçamento e Planejamento Participativo, Educação e Formação Profissional e pelo Núcleo de Modernização Administrativa.