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Via Varejo planeja entregas no mesmo dia do pedido em 2021

Dona das lojas da Casas Bahia e do Ponto Frio, companhia sediada em São Caetano mira plataformas on-line de vendas

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
13/11/2020 | 00:05
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A Via Varejo, empresa de capital aberto com sede em São Caetano e dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, planeja a realização de entregas dos pedidos no mesmo dia a partir de 2021. O serviço é mais uma etapa do processo de consolidação e expansão da marca no on-line, o que vem ocorrendo há pouco mais de um ano.

O CEO da companhia, Roberto Fulcherberguer, falou ontem em videoconferência com analistas de mercado sobre os resultados financeiros do terceiro trimestre deste ano. O executivo afirmou que a entrega dos produtos no mesmo dia em que o cliente efetuar o pedido, está nos planos da empresa para ser implantado em todo o País no primeiro semestre de 2021. “Hoje, muita gente fala de same day delivery (entrega no mesmo dia, em inglês), mas na (Avenida) Faria Lima, em São Paulo, ou no Leblon (bairro nobre do Rio de Janeiro). Nós vamos falar com convicção, no Brasil inteiro. E isso vai ser em breve, estamos avançando rapidamente na parte da tecnologia”, disse ele, ao destacar que a companhia possui os ativos.

A investida no on-line faz parte de processo que vem sendo desenvolvido há pouco mais de um ano na Via Varejo, desde que voltou a ser comandada pela família Klein – do fundador Samuel Klein. Até julho do ano passado, o GPA (Grupo Pão de Açúcar) era o controlador da companhia.

No início da semana, a empresa anunciou aporte na Distrito, um hub (conglomerado) de inovação que reúne 300 startups no Brasil conectadas à plataforma, além de 11 laboratórios de inovação. “Com isso, ganhamos uma curadoria acelerada para quais startups podem nos acelerar além do varejo”, disse o executivo, destacando que a medida também acelera “o desenvolvimento do Brasil e dos empreendedores brasileiros”. “Quem sabe daqui a um tempo nós tenhamos um unicórnio (empresas de tecnologia privadas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão antes de abrir capital) no ecossistema da Via Varejo.”

Há duas semanas, a Via Varejo também adquiriu a I9XP, empresa de tecnologia com foto no desenvolvimento de soluções para o e-commerce. O negócio faz parte da estratégia de aceleração da transformação digital da companhia, desta vez focando na evolução de projetos especiais como marketplace e logística.

O objetivo é consolidar a companhia cada vez mais no ramo de serviços. “Tínhamos o desafio de colocar a empresa nos trilhos. Colocamos e melhoramos, Agora começamos a pensar além do varejo”, disse o CEO.

Mesmo ainda estando atrás das concorrentes, a Via Varejo demonstrou números importantes no balanço. As vendas on-line já representam 40% do total. O GMV (volume bruto de mercadorias) subiu 23% frente a um ano atrás, para R$ 849 milhões. O marketplace (e-commerce mediado por uma empresa, em que vários lojistas vendem seus produtos) da empresa chegou 8.000 mil lojistas, crescimento de 30% em relação ao segundo trimestre deste ano. Entre os planos da empresa, está o de oferecer a opção de financiamento para estes lojistas, por meio da plataforma digital BanQi, espécie de crediário digitalizado.

Fulcherberguer afirmou que, apesar da concorrência acirrada, a Via Varejo tem como vantagem a capacidade de abastecimento e logística. Atualmente são 27 CDs (Centros de Distribuição) da companhia no País, sendo um deles na região, em São Bernardo.

“Não basta inaugurar CD. O Brasil é muito complexo de ser operado em termos logísticos. O CD é importante, mas a proximidade do cliente é extremamente relevante. E a gente tem isso, a gente tem capacidade e tamanho para isso. Esse é um diferencial, estamos há poucos meses de adicionar camadas do digital que queremos colocar nesse ecossistema logístico”, disse.

A companhia também falou em “racionalizar” gastos, com planos para o fechamento de 100 lojas no País em locais onde enxerga sobreposição de unidades, disse o CEO, citando como um dos exemplos lojas na mesma via. “Não temos uma bandeira específica (de lojas que devem ser fechadas), estamos olhando o footprint (quantidade de unidades) de ocupação da região”, assinalou, destacando que a empresa visa dar mais opções para os clientes e que as lojas devem continuar funcionando sem nenhum prejuízo. Por motivos estratégicos, não foram revelados os pontos de venda a serem encerrados.

A Via Varejo tinha planos de inauguração de 80 lojas para este ano, o que foi frustrado por causa da pandemia do noco coronavírus. Mas a empresa ainda planeja inaugurar 30 lojas no quarto trimestre – dez delas no Norte do País. Atualmente, há 30 lojas nas sete cidades do Grande ABC.
 




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