Política Titulo Duodécimo
Câmaras reduzem volume de verba devolvida aos Paços

Queda do regresso de sobra de receita nos legislativos é de 22,8% às vésperas do ano eleitoral

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
23/12/2019 | 07:39
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Divulgação


As Câmaras do Grande ABC reduziram o volume de devolução de sobra do orçamento para as prefeituras neste ano, às vésperas do processo eleitoral de 2020. Até sexta-feira, data do último balanço, os sete legislativos da região haviam anunciado retorno de R$ 27,8 milhões aos cofres dos respectivos executivos. A queda é de 22,8% na comparação com 2018, quando os presidentes das casas estornaram R$ 36 milhões do excedente orçamentário.

O número só não é pior porque o presidente da Câmara de Diadema, Pretinho do Água Santa (DEM), anunciou que vai depositar R$ 2,3 milhões na conta-corrente da Prefeitura, chefiada por Lauro Michels (PV). A quantia é 180% maior do que a devolvida por Marcos Michels (PSB) em seu último ano à frente da casa.

Primo de Lauro, o socialista formalizou o regresso de R$ 820 mil. Naquele ano, ele decidiu renovar a frota de veículos oficiais aos vereadores – comprou 21 Voyages, da Volkswagen, zero-quilômetro, por R$ 1,17 milhão. “Isso mostra o nosso comprometimento com a cidade. A cada ano que passa reduzimos mais nossos gastos com uma administração eficiente da casa”, disse Pretinho do Água Santa. O democrata é um dos cotados por Lauro para encabeçar campanha governista à sucessão.

Outra cidade que impulsionou a alta da devolução foi Ribeirão Pires. Em 2018, o então presidente da casa, Rubão Fernandes (PSD), oficializou retorno de R$ 800 mil. Rato Teixeira (PTB), atual dirigente e sobrinho do prefeito Adler Kiko Teixeira (PSB), irá devolver R$ 1,2 milhão.

“Revisamos os contratos, diminuímos os gastos, cuidamos do dinheiro público. Que a Prefeitura possa fazer bom uso do dinheiro”, disse o petebista, em vídeo publicado nas redes sociais. Assim como o colega de Diadema, Rato tem o nome especulado para participar da corrida majoritária, ainda mais se o tio prefeito abdicar da reeleição, como tem sugerido a interlocutores.

Na contramão estão as câmaras de São Bernardo e de São Caetano. O legislativo são-bernardense formalizou volta de R$ 6 milhões aos cofres do Executivo, enquanto a casa são-caetanense, R$ 3 milhões. Em 2018, esses valores foram de R$ 12 milhões e R$ 6,4 milhões, respectivamente.

Juarez Tudo Azul (PSDB), atual presidente da Câmara de São Bernardo, herdou a cadeira após a morte de Ramon Ramos (PDT), em setembro. O pedetista já havia dito que iria modificar a política de austeridade total implementada pelo antecessor, Pery Cartola (PSDB). Presidente do parlamento de São Caetano, Pio Mielo (MDB) também havia prometido investir em melhorias no legislativo.

Em Santo André, a devolução será de R$ 10,9 milhões (foram R$ 11 milhões em 2018) e, em Rio Grande da Serra, o estorno se deu em R$ 470 mil (ante R$ 400 mil).  




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