Rigor artístico, sensibilidade, emoção e coerência, centralizados, estiveram presentes na figura de Ney Matogrosso, que encerraria ontem os shows de estreia do espetáculo Beijo Bandido, no Teatro Bradesco, em São Paulo.
Assim que as cortinas abriram, a banda a postos, Ney veio do fundo, pisando firme até a beira do palco, cadenciando o corpo ao ritmo de Tango para Tereza, que sob medida abriu o show e deu a prévia do que viria a seguir: um espetáculo musical, cênico e contextual.
Logo lançou mão de Da Cor do Pecado e Fascinação, as únicas que não se presentificam ao clima do trabalho, mas que ganharam umas das melhores versões nos arranjos e na voz do cantor.
A luz, em sintonia com as canções, por vezes deixava de iluminar o músico quando ele não participava de determinada faixa. O que evidenciava ainda mais a potência e afinação de Ney, que foi aplaudido principalmente na execução de À Distância, Nada Por Mim e De Cigarro em Cigarro, um bolero que ganhou sustância na dança do cantor.
No bis, ele volta sem o paletó e a gravata que compuseram o seu ar clássico durante o show. De camisa aberta e corrente prateada no pescoço, canta a salsa Incinero, o ponto alto do show, para finalizar com Mulher Sem Razão. Mais bandido que mocinho, o beijo roubado que o nome do espetáculo sugere foi dado. E deixou marcas.
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