Washington já tentou minimizar as expectativas sobre os resultados desta reuniao, na qual ocorrerá o primeiro encontro entre ambos dirigentes desde que Putin virou presidente da Rússia.
Durante o final de semana, o assessor econômico de Putin, Andrei Illarionov, advertiu que os russos querem ``falar de igual para igual' com os americanos.
Entre os objetivos aos quais se propôs Putin, inclusive antes de ser eleito em 26 de março passado, está a recuperaçao de um papel de primeiro plano para a ex-superpotência russa no cenário internacional.
Dessa forma, o Kremlin nao hesitou em ameaçar o Afeganistao com ataques por causa do apoio oferecido pelos talibans aos rebeldes chechenos.
Moscou também nao parece muito disposto a fazer concessoes, como demonstraram as últimas declaraçoes em termos de defesa, com a recusa de qualquer revisao do tratado antimísseis ABM, reclamado em vao pelos Estados Unidos.
Putin entende que a defesa dos interesses russos é o único motor da diplomacia russa.
A poucos dias da chegada de Clinton a Moscou, o Kremlin criou um cargo de emissário do presidente russo no Mar Cáspio, para demonstrar que nao está disposto a deixar o campo livre para os americanos nessa regiao petroleira.
``Com Vladimir Putin, as relaçoes entre Moscou e Washington mudarao. Boris Yeltsin se esforçou em fazer com que a relaçao fosse cordial e estabelecida num plano pessoal. Esse nao é o estilo de Putin', adverte Viktor Kremeniuk, do Instituto EUA-Canadá.
``Putin será mais duro, mais oficial, mas, ao mesmo tempo também poderá ser mais construtivo', estimou Kremeniuk.
Os resultados da última cúpula de setembro de 1998 entre Clinton e Yeltsin foram muito poucos.
Yeltsin, afetado por constantes problemas de saúde, teve, inclusive, dificuldades para se fazer entender durante a coletiva de imprensa conjunta.
Para a cúpula deste final de semana, Putin contará com uma situaçao muito diferente, pois a economia russa está em pleno crescimento e pode, inclusive, renunciar aos milhoes de dólares do FMI durante alguns meses.
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