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Vitória de Koizumi abre espaço para reformas liberais no Japão
Do Diário OnLine
Com AFP
11/09/2005 | 21:47
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O primeiro-ministro liberal Junichiro Koizumi conseguiu uma vitória histórica nas eleições legislativas deste domingo no Japão, que abre espaço para seu programa de reformas em que se destaca a privatização dos Correios. "Quero agradecer ao povo. Seguindo estes resultados , acho que a população emitiu um voto favorável à reforma dos Correios", declarou Koizumi ante as câmeras de televisão na sede do Partido Liberal Democrata (PLD).

Segundo os últimos números oficiais e as pesquisas de boca-de-urna divulgadas pela imprensa, o PLD conseguiu uma vitória esmagadora nas eleições legislativas do Japão, que Koizumi transformou em um referendo sobre seu programa de reformas, garantindo facilmente a maioria absoluta.

As sondagens dão ao PLD até 325 das 480 vagas na Câmara de Representantes, uma vitória histórica e mais contundente do que a esperada.

Paralelamente, o principal partido de oposição, o Partido Democrata do Japão (PDJ), sofreu uma perda considerável, indicam as pesquisas.

Se os resultados oficiais finais - previstos para segunda-feira - confirmarem as estimativas, será a primeira vez em 15 anos que um partido terá condições de governar sem a necessidade de alianças com outras formações do Parlamento no Japão.

Mesmo sem a confirmação oficial, o líder do principal partido de oposição no Japão, Katsuya Okada (Partido Democrata Japonês, PJD), reconheceu a derrota e se demitiu neste domingo.

"Saio da chefia do partido", declarou Katsuya Okada em uma entrevista coletiva. "Gostaria que o partido escolhesse um novo líder o quanto antes", acrescentou. Okada havia anunciado anteriormente que 'se não ganhasse as eleições se demitiria da chefia do Partido Democrata'.

Por sua vez, o PLD, um poderoso partido conservador, governa o Japão praticamente sem interrupção há 50 anos.

Koizumi, um liberal conservador de 63 anos que está no poder desde 2001, transformou as eleições antecipadas em um referendo sobre sua política de reformas, e em particular a privatização dos Correios, considerado a maior instituição financeira do mundo.

A privatização é o pilar central do programa de reformas estruturais, que foi rejeitada no dia 8 de agosto pelo Senado.

Com esta vitória, também supera a crise política que ele mesmo provocou ao tentar impor as reformas, criticadas pela oposição e até pela velha guarda de seu próprio partido.

Por se considerar desautorizado pelos parlamentares, o premier decidiu consultar diretamente os japoneses.

"Recebemos um amplo apoio popular", declarou com satisfação o secretário-geral do PLD, Shinzo Abe. Ele acrescentou que o governo apresentará novamente o projeto de lei de reforma ao Parlamento antes do final do ano.

Segundo as pesquisas deste domingo, o PLD obteria entre 285 e 325 das 480 vagas na Câmara de Representantes, contra os 249 antes destas eleições.

O PDJ, um partido de centro, cairia de 177 deputados na legislatura atual a entre 84 e 127, segundo uma pesquisa da rede de televisão estatal NHK.

Outra pesquisa, divulgada pela rede Tokyo Broadcasting Corporation, concede 307 cadeiras ao PLD, e apenas 105 ao PDJ.

O resultado representa um duro revés para o PDJ, que havia conseguido melhorar seu desempenho nas eleições legislativas de 2003. O partido neobudista Komeito, aliado do PLD, obteria entre 28 e 36 deputados, contra os 34 atuais.

As eleições antecipadas, acompanhadas de perto pela opinião pública e os meios de comunicação, eram consideradas as mais importantes no Japão em pelo menos 10 anos.

O interesse da população foi confirmado nas urnas. A taxa de participação nacional no encerramento dos locais de votação era de 55,65%, quase quatro pontos superior ao nível das legislativas de 2003.

No final da tarde deste domingo em Washington, os Estados Unidos felicitaram o primeiro-ministro Junichiro Koizumi por sua esmagadora vitória nas eleições legislativas do Japão, destacando que seguirão trabalhando com Tóquio em um vasto número de temas. "Felicitamos os vencedores e esperamos continuar a trabalhar estreitamente com o Governo japonês para progredir em nossa cooperação em temas globais, regionais e bilaterais", declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Darla Jordan.




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