Comerciantes varejistas pressionarão o governo por sinal mais claro a respeito de quais e quando as novas regras para o setor de cartões de crédito estarão em vigor. Na segunda-feira, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, ouvirá do presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), Roque Pellizzaro Junior, que há novas empresas querendo entrar no mercado brasileiro, mas que estão desconfortáveis com a insegurança jurídica.

"Tivemos contatos com alguns players do setor, que veem no País um mercado enorme a ser explorado", comentou. "O problema é que eles não sabem até hoje qual é a regra do jogo aqui e querem mais precisão sobre as regras", acrescentou. No fim do mês passado, o BC (Banco Central) e os ministérios da Justiça e da Fazenda divulgaram relatório final sobre a forma de atuação dos cartões no Brasil.

Também foi anunciado na ocasião que o CMN (Conselho Monetário Nacional) dará poderes ao BC de regular as tarifas dos cartões, como já faz com as bancárias. A aprovação da alteração pode ocorrer daqui a um mês, no próximo encontro do conselho.

O intuito da CNDL de fazer a ponte é porque os comerciantes consideram-se uma das pontas mais fracas nesse ramo. E apostam que o aumento da concorrência melhorará a situação dos lojistas. Pellizzaro Junior aproveitará o encontro com Barreto para apresentar a estratégia do setor de tornar esse mercado mais competitivo.

"Queremos mostrar ao ministro quem pressiona quem, pois é um mercado muito complexo", afirmou. A intenção da CNDL, de acordo com seu presidente, é a de tornar o setor mais estimulado por meio da quantidade de agentes que nele atuam, o que traria, segundo ele, redução dos custos para todas as partes envolvidas.