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Prefeitos da região formalizam pedido para reabrir comércio

Chefes de Executivo requerem junto ao Estado tratamento separado da Grande
São Paulo; gestão Doria promete divulgar nesta sexta-feira resposta ao pleito

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
28/05/2020 | 21:18
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Caio Arruda/Divulgação


Os prefeitos do Grande ABC protocolaram na noite desta quinta-feira (28), no governo do Estado, documento pedindo que as sete cidades sejam incluídas na Fase 2 do Plano São Paulo – proposta de flexibilização da quarentena instituída em março para conter o avanço do novo coronavírus. Nessa faixa há possibilidade de abertura de alguns setores comerciais. A gestão paulista prometeu analisar o pleito e oferecer resposta na manhã desta sexta-feira (29).

O encontro foi com o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi (PSDB). Os prefeitos Lauro Michels (PV), de Diadema, Atila Jacomussi (PSB), de Mauá, e Gabriel Maranhão (Cidadania), de Rio Grande da Serra e presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, foram ao Palácio dos Bandeirantes. Os prefeitos Paulo Serra (PSDB), de Santo André, Orlando Morando (PSDB), de São Bernardo, José Auricchio Júnior (PSDB), de São Caetano, e Adler Kiko Teixeira (PSDB), de Ribeirão Pires, acompanharam o diálogo por videoconferência. Secretário de Saúde de São Bernardo e integrante do comitê de contingência contra o coronavírus do Estado, Geraldo Reple Sobrinho também participou do ato.

Na avaliação dos chefes de Executivo da região, incluir o Grande ABC no mesmo cômputo da Região Metropolitana é injusto e desconsidera a situação mais favorável das sete cidades, como maior oferta de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O Diário apurou que houve ultimato dos prefeitos a Vinholi e que se o pleito for rejeitado, certamente haverá procura judicial e instalação de barreiras sanitárias nos limites do município com a Capital.

“Pedimos que haja divisão da Região Metropolitana em seis áreas, sendo uma delas o Grande ABC. Temos certeza que, assim, vamos provar que temos condição de estar em outra fase”, discorreu Maranhão. “Temos números melhores que os da Capital, inclusive. Não achamos correto o que foi feito”, emendou.

Assembleia extraordinária dos prefeitos foi marcada para esta sexta-feira, às 14h, com objetivo de discutir o retorno do governo Doria.

“Vivemos em uma grande conurbação dentro da Região Metropolitana. Ao liberar a Capital (para reabrir parte do comércio), as pessoas do Grande ABC vão para São Paulo para os shoppings, para se divertirem lá. Elas voltariam com o vírus para nossa região”, discorreu Maranhão, que sugeriu a Vinholi que qualquer decisão estadual sobre a quarentena seja avisada com antecedência aos prefeitos da Grande São Paulo. “Não podemos saber pela mídia o que se pensa no Palácio dos Bandeirantes. É preciso diálogo, porque a forma como foi feita traz desgaste, cria descrédito e insegurança na população”, afirmou.

No documento, o Consórcio cita o peso econômico do Grande ABC (quarto maior PIB, Produto Interno Bruto, do País), o tamanho demográfico (825 quilômetros quadrados, com 2,8 milhões de habitantes) e a capacidade de saúde no combate à Covid, com 11 milhões de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) recentemente adquiridos como justificativas para flexibilização da quarentena. “Mostramos que nossos números são melhores que os da Capital. Temos condição de reabrir”, pontuou o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB).

CENÁRIO
O Grande ABC foi incluído na Fase 1 do Plano São Paulo, no qual a restrição é máxima. A Fase 2, na qual se encontra a Capital, é possível reabrir atividades imobiliárias, concessionárias de veículos, escritórios, comércio e shoppings. Existem ainda as fases 3 (com bares e salões de beleza), 4 (academias) e 5 (teatro, cinema, eventos esportivos e escolas).

Av.Assembleia é retrato de como é impossível haver distinção de áreas

Os chefes de Executivo do Grande ABC, na reunião com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Marco Vinholi (PSDB), mostraram exemplos de como é impossível tratar a Capital sem considerar os impactos nas sete cidades ao flexibilizar a quarentena imposta para reduzir o avanço do coronavírus no Estado.

Um deles foi a Avenida Assembleia, em Diadema. De um lado, a via pertence ao município da região, no Centro. Do outro, à Capital, na Zona Sul. Assim, a flexibilização das restrições em São Paulo criaria situação sui generis: o comércio de um lado da avenida abriria, enquanto os estabelecimentos do outro teriam de ficar fechados.

“Como será no Pantanal, na Mata Virgem, Vila Clara, Jardim Miriam, perto do zoológico, no Taboão? A Avenida Assembleia do lado esquerdo é São Paulo, do direito, Diadema. Lá tudo aberto e aqui, tudo fechado? Vamos expor a população de Diadema a sair da cidade e voltar contaminada? Qual explicação científica?”, indagou o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV).




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