As análises realizadas em Johannesburgo, Africa do Sul, estabeleceram que se trata de um vírus do tipo Marburgo, que é o nome da cidade alema onde foi identificado em 1967, declarou o porta-voz Greg Hartl na sede da OMS, em Genebra. ``É um vírus muito parecido com o Ebola, da mesma família e que provoca os mesmos sintomas, mas, sem dúvida alguma, nao é o Ebola', enfatizou.

Filovirus menos conhecido do que o Ebola, o Marburgo é transmitido ao homem através do contato com animais ou tecidos infectados e de pessoa a pessoa por contato com os doentes e seus líquidos corporais, indica a OMS.

O Marburgo tem como sintomas febres altas, mal-estar, dores musculares, cefaléia aguda e conjuntivite. Na segunda etapa da doença, a garganta inflama, ocorrem vômitos, diarréias e hemorragias internas e externas, e a pele fica coberta de granulaçoes. Nao existe um tratamento específico, nem uma vacina para lutar contra o Ebola ou o Marburgo, acrescenta a OMS.

A representaçao africana da OMS declarou nesta quinta, em Harare, que a febre já provocou pelo menos 75 mortes em Durba, distrito de Ituri (oriente da RDC). A quantidade de casos declarados é inferior a cem, acrescentou Hartl, em Genebra.

A forte mortalidade na RDC pode ser explicada pela combinaçao do Marburgo com outros fatores, especialmente a presença endêmica de doenças como a malária, que atacam o sistema imunológico.

Sao conhecidos cinco episódios da doença de Marburgo, três na Africa e dois na Europa. Em 1967, em Marburgo, sete pessoas morreram nos 31 casos declarados, mas ninguém morreu ainda em Belgrado, onde também se detectou a doença. No Zimbabue em 1975 foram declarados três casos, um dos quais faleceu. No Quênia, foram declarados dois casos em 1980, um dos quais morreu em 1987. As baixas taxas de mortalidade na Alemanha e em Belgrado parecem demonstrar que um clima temperado atenua os efeitos da enfermidade.

O Ebola deve seu nome a um rio do noroeste do Zaire, onde o vírus foi isolado pela primeira vez em 1976. Particularmente violenta, a febre Ebola mata entre 50% e 90% das pessoas que contraem o vírus depois de vários dias de sofrimento agudo, enfatiza a OMS.