Política Titulo União Brasil
Políticos de DEM e PSL da região admitem debandada pós-fusão

Deputado Nishikawa avisa que irá seguir Bolsonaro; maior parte dos vereadores democratas diz que aguardará posição, mas fala em saída

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
07/10/2021 | 00:01
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A aprovação da fusão do DEM com o PSL por parte dos diretórios nacionais, fez com que figuras do Grande ABC ligadas às siglas admitissem possibilidade de desfiliação da União Brasil, partido que será formado a partir da composição formal das agremiações. O martelo foi batido ontem, em Brasília.

Atualmente, o DEM possui oito vereadores – Ana Veterinária (Santo André), Ricardo Zóio (Santo André), Julinho Fuzari (São Bernardo), Lucas Ferreira (São Bernardo), Jander Lira (São Caetano), Lucas Almeida (Diadema), Boy (Diadema) e Marcos Tico (Rio Grande da Serra). O PSL conta com o deputado estadual Coronel Nishikawa, com domicílio eleitoral em São Bernardo.

Nishikawa, ligado ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), já avisou que não seguirá na União Brasil e que vai desembarcar em legendas aliadas ao chefe da Nação. “Em princípio não devo permanecer no novo partido. Vamos aguardar a homologação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral, que analisará se todos os ritos da fusão foram cumpridos). Estou sendo procurado por vários partidos. Por enquanto, vamos aguardar para ver onde iremos.”

Ana Veterinária, que estreia na Câmara de Santo André nesta legislatura, disse que o primeiro passo será analisar as novas diretrizes da futura legenda. “Ainda está tudo muito recente, mas de qualquer forma não abro mão de estar em um partido que respeite a liberdade de votação e posicionamento do parlamentar”, ponderou.

Fuzari, que se filiou ao DEM no ano passado também de olho nas eleições para deputado em 2022, reclamou do fato de a parceria ter sido costurada em âmbito nacional sem prévia consulta de filiados e lideranças municipais. “O DEM, oficialmente e como conhecemos hoje, deixa de existir, vira um novo partido, desconhecido. Como não houve diálogo algum e como recebemos as notícias pela imprensa, não sabemos como serão as diretrizes. Deveria ser discutido (o elo), dar o entendimento do partido na região para que pudéssemos conhecer as ideias do partido. Sem isso, não consigo adotar uma posição sobre o futuro neste momento.” Lucas Ferreira disse que aguardará as movimentações antes de se manifestar sobre o futuro.

Em São Caetano, Jander comunicou que a tendência é sair da União Brasil. “Estou à procura de novo lugar para ficar. Não sei como vai ficar isso, qual posição do futuro partido, se tende a apoiar Bolsonaro. Eu oficialmente não fico com Bolsonaro. Sou oposição a ele. Minha tendência é sair desse novo partido, a União Brasil. Vamos esperar para ver o que vai definir. Estou em busca de nova residência. Quem tiver lugar bom estou à procura. Sou inquilino à procura de nova casa.”

Lucas Almeida, de Diadema, foi o único a cravar a continuidade na legenda. “Considero importante a fusão, até porque o pensamento são as eleições nacional e estaduais. Eu continuarei no partido, não vejo problema nenhum. O DEM é um grande partido e seguirá assim. Tenho certeza que após as eleições de 2022 terão novas conversas sobre os municípios.”

ARTICULAÇÕES
Depois do anúncio formal de fusão entre DEM e PSL, começou a ganhar corpo especulação de filiação do ex-governador Geraldo Alckmin, que está de saída do PSDB após romper com o atual governador paulista João Doria (PSDB). O objetivo é dar tempo de TV e estrutura financeira – o futuro partido terá uma das maiores cotas do fundo partidário – para que Alckmin retorne ao Palácio dos Bandeirantes. (Colaborou Daniel Tossato) 




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