A notícia da rendição de Kunduz foi antecipada nesta quarta-feira pela rede norte-americana de notícias CNN. A CNN afirma que teve um correspondente, Alessio Vinci, aceito na reunião entre Dostum e o mulá Faizal (um dos representantes do Talibã nas conversações em Mazar-i-Sharif). O próprio mulá Faizal confirmou mais tarde a rendição do Talibã e o "fim das lutas" em Kunduz.
Detalhes importantes sobre a rendição, como o destino dos cerca de 10 mil estrangeiros que defendem o Talibã no front de Kunduz, ainda não foram completamente decididos. O maior entrave na rendição da cidade se referia ao destino dos estrangeiros – segundo a Aliança, são mercenários árabes, paquistaneses, uzbeques e chechenos que chacinaram afegãos que concordavam em entregar Kunduz.
O Talibã reivindicou a extradição dos estrangeiros. A Aliança discorda com o repatriamento, alegando que os estrangeiros são 'terroristas'. Os Estados Unidos também são contrários à extradição, entendendo que eles continuariam exercendo atividades ligadas ao terror em seus respectivos países ou regiões. A ONU pediu para que a Aliança 'respeite os direitos' dos rendidos.
A cidade estava cercada pela Aliança desde o começo da semana. Na segunda-feira, a oposição ameaçou invadir a cidade caso os governistas não se entregassem. Os talibãs concordaram de cara com a rendição, mas condicionaram a entrega a uma intermediação da Organização das Nações Unidas (ONU). O pedido do Talibã foi feito para evitar a repetição dos 'massacres' que teriam ocorrido em Mazar-i-Sharif e Kabul, cidades em que soldados da Aliança teriam se vingado dos inimigos após a rendição. A ONU se negou a intermediar a rendição, alegando não possuir condições de fazê-lo (pois não conta com tropas de paz em solo afegão para garantir a segurança dos milicianos).
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