Cerca de 500 fuzileiros navais dos Estados Unidos chegaram na noite de domingo no aeroporto de Porto Príncipe, capital do Haiti, para garantir a paz ao governo de transição. Enquanto isso, o presidente Jean-Bertrand Aristide, que renunciou ao cargo em meio à crise violenta desencadeada no país, chegou à República Centro-Africana, onde deve pedir asilo político.

A chegada dos marines americanos ao Haiti ocorreu pouco antes do Conselho de Segurança da ONU aprovar o envio de uma força internacional ao país. O presidente George W. Bush pediu que os fuzileiros permaneçam em solo haitiano como parte de uma força multinacional interina.

Já Aristide agradeceu nesta segunda-feira às autoridades centro-africanas que o receberam e afirmou que, ao derrubá-lo, seus opositores "derrubaram a árvore da paz", em uma curta mensagem pela rádio nacional em Bangui.

"Declaro que ao derrubar-me, derrubaram o tronco da árvore da paz, mas voltará a crescer, pois suas raízes são louverturianas", disse Aristide em referência a Toussaint Louverture, chefe da revolução dos escravos negros no Haiti em 1971.

Aristide ainda se apresentou como descendente de Louverture, a quem qualificou de "gênio da raça africana" e de "filho autêntico da África".

O presidente deposto fugiu do Haiti neste domingo, pressionado pela comunidade internacional e por uma revolta armada de oposicionistas. Ele não disse quanto tempo ficará em Bangui, nem indicou se haverá outro destino depois da República Centro-Africana.