Os juros para as famílias caíram em setembro, na comparação com agosto, de 43,1% ao ano (3,03% ao mês) para 42,8% (3,01%), segunda queda consecutiva. A inadimplência manteve, pelo terceiro mês, o patamar de 6,6%. E a demanda aumentou, tendo em vista que o volume concedido de recursos livres para os consumidores passou de R$ 140,3 bilhões para R$ 147,1 bilhões.

As informações são do boletim de operações de crédito do BC (Banco Central), publicado ontem. Os dados são referentes aos empréstimos livres, ou seja, que as instituições têm liberdade para precificá-los.

O professor de Economia do Insper Otto Nogami entende que há um cenário em que as pessoas buscam mais crédito para refinanciar as suas dívidas. “O endividamento está muito alto. Mesmo assim cresceram as negociações de crédito. Mas não são para consumo”, avaliou.

No entanto, observou Otto, a tendência é de que os juros mudem o caminho e voltem a expandir. Ele disse que é normal aumentar a demanda por empréstimos, no fim do ano, para consumo. “E da mesma forma que acontece com produtos, quando aumenta a procura por crédito, a tendência é ter alta nos juros.”

Por outro lado, o diretor do MBA da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), Tharcisio Souza Santos, entende que o fim do ano não será dos melhores. Para ele, além de uma demanda desacelerada por empréstimos, o 13º salário será destinado, principalmente, à redução do endividamento.

Santos opinou ainda que houve pressão do governo federal para que os bancos aumentassem a concessão de crédito, especialmente em setembro, por causa das eleições. Agora, com ajuste, as condições não serão tão favoráveis aos consumidores.