Os investidores, principalmente os estrangeiros, tentam conseguir o máximo de desconto possível para comprar as ações da Vale na oferta - que pode chegar a 445,989 milhões de ações, entre PNA e ON - que a mineradora está realizando.

Segundo fontes consultadas, a demanda maior é por um preço mais baixo do que a cotação no mercado à vista. Os estrangeiros estariam forçando um desconto entre 3% e 5% sobre o preço de mercado. Se a Vale aceitasse um preço menor que as cotações verificadas no mercado à vista da Bovespa, o livro já estaria fechado, porém há resistência em concluir a operação nesse patamar.

Profissionais do mercado dizem que a demanda não superou a oferta. A falta de apetite, segundo esses especialistas, é atribuída a dois fatores principais: à situação desfavorável do mercado de ações mundial e ao tamanho da operação.

A companhia pretende captar até US$ 15 bilhões em ações. "No começo a demanda parecia fraca, mas melhorou no final do período de reserva. Os acionistas atuais, em sua grande maioria, vão acompanhar o aumento de capital, até por ser numa proporção relativamente pequena, de 8,5% em relação à posição atual", comentou um operador.

De qualquer forma, a percepção é de que os papéis serão comercializados. "É tudo uma questão de preço", disse um dos profissionais de mercado. Outro especialista acrescentou que a demanda não está nada brilhante mas, no final, a oferta tende a ser bem-sucedida. Os profissionais lembraram que a favor da mineradora está o desequilíbrio entre demanda e oferta de ferro no mercado internacional, o que tem levado as empresas do setor a conseguir aumentos expressivos em seus contratos anuais junto às siderúrgicas.

Neste ano, a Vale reajustou seus preços em até 71%. Pouco depois, a Rio Tinto e BHP conseguiram fechar reajustes entre 85% e 96,6% para o minério.