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Brincando fora de casa
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
16/01/2011 | 07:00
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Durante as férias, dá para fazer um monte de coisas que na maior parte do ano não é possível. Brincar até não aguentar mais é uma delas. Por isso, ficar só dentro de casa não está com nada. A rua é perigosa, todos sabem, mas há espaços próprios para andar de bicicleta, skate, soltar pipa, jogar bola e até passear com o pet (confira abaixo).

É só ver o dia ensolarado que Lucas da Silva, 4 anos, de São Caetano, rapidinho pede ao pai para andar de bike. Como na rua em que mora existe muito movimento de carros, o jeito é passear na ciclovia da Avenida Kennedy.

A bicicleta também é o brinquedo preferido dos irmãos Luiz Gustavo, 9, e Luana Aparecida Fuzinello, 6, de São Caetano, para se divertirem fora de casa. Durante o caminho que percorrem até a ciclovia ou a uma pracinha, eles aprendem com o pai a prestar atenção e a respeitar os sinais de trânsito. "Os carros vêm de todos os lados. Se não olhar direito e ter cuidado, a gente pode ser atropelado", explica Luiz.

ATENÇÃO - Nesta época, o número de acidentes aumenta bastante; por isso, só pode brincar longe do trânsito e com a presença de um adulto, principalmente quem tem menos de 10 anos. Luana sabe disso e diz que adora os brinquedos dos parquinhos.

No playground, é preciso estar atento às condições dos equipamentos e ao tamanho que não deve ultrapassar 1,5 m (pouco mais que sua altura). O piso também é importante; não pode ser duro para absorver o impacto em caso de queda.

 

Muito cuidado ao empinar pipa

Quem já segurou a linha com pipa lá no alto não tem dúvida de como a brincadeira é legal. Só que a diversão exige cuidados. Você pode estar cansado de ouvir, mas vale lembrar que nunca se deve empiná-la perto de fios elétricos. O principal problema é tentar resgatá-la ao enroscar na rede elétrica. Quem faz isso, corre o risco de tomar grande descarga de eletricidade, que pode matar.

Em 2010, a AES Eletropaulo registrou 13 acidentes com pipa e cinco mortes. Quem sobrevive ao choque tem graves queimaduras e pode até perder braços ou pernas. "Não tem necessidade de correr atrás da pipa. Dá para comprar ou fazer outra", diz Victor Rosa Tomaz, 9 anos, de Santo André.

Cerol, então, nem pensar! A linha com mistura de cola e vidro moído pode cortar o fio elétrico e provocar choque, além de graves acidentes em quem se enrosca nela. No início do ano, motoqueiro de 22 anos morreu após ter o pescoço cortado por linha com cerol em Belo Horizonte.

 

Casa esconde muitos perigos

Ficar dentro de casa não garante proteção. É lá que ocorre o maior número de acidentes. O lugar mais perigoso é a cozinha, principalmente por causa do fogão e da grande quantidade de objetos cortantes e pontiagudos, como facas, além de produtos químicos que podem causar queimadura e intoxicação. Seja esperto e fique longe de tudo isso.

Ajude também a cuidar do irmão caçula para que não se aproxime de nada que seja arriscado, inclusive ferro de passar roupa, e muito menos de janelas de construções altas. Diga a ele para não se debruçar mesmo que exista tela de proteção nas janelas porque pode se romper. Se for para outra casa, que não é a sua, os cuidados devem ser redobrados.

 

Campinho perto de casa

Felipe Morais da Silva, 11 anos, de Santo André, tem sorte de morar perto de um campinho de futebol, onde sempre se reúne com amigos para organizar partidas."Prefiro brincar num lugar aberto porque dá para fazer várias coisas. É ruim ficar só dentro de casa."

Quando não tem jogo, solta pipa, pois não há fios elétricos próximos ao espaço. E nada de usar cerol na linha. O garoto sabe como a mistura de cola com pó de vidro pode ser perigosa para todos e garante que não precisa disso para se divertir. Felipe segue outros cuidados; um deles é sempre pedir autorização dos pais para sair. "Eles perguntam onde vou e falam para eu tomar cuidado e prestar atenção na hora de atravessar a rua", conta.

 

Mais atenção após acidente

Gabriel Pasin de Oliveira, 11 anos, também curte brincar fora de casa, mas há cinco meses tomou um baita susto. Estava andando de bicicleta perto de sua casa em Santa Catarina, quando atravessou um cruzamento sem olhar direito. Resultado: foi atropelado por um carro que, por sorte, trafegava em baixa velocidade. A bicicleta ficou destruída; ele só teve várias partes do corpo raladas.

A lição? "Fiquei muito assustado. Aprendi a ter mais cuidado. Agora, sempre olho." De férias na casa do avô, em Santo André, e do pai, em São Caetano, Gabriel frequenta os parques da região, principalmente para andar de skate. "Aqui tem bastante espaço para brincar. É melhor porque tem mais segurança", afirma.

 

Locais mais adequados para se divertir

SANTO ANDRÉ

Bike, pipa e pet: Parque Central (Rua José Bonifácio, Vila Assunção).

Patins: Parque Celso Daniel (Avenida D. Pedro II, bairro Jardim).

Skate: Parque da Juventude (Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo) e Parque Norio Arymura (Rua Macedônia, Parque Capuava).

SÃO BERNARDO

Bike, skate e patins: Parque da Juventude Città Di Maróstica (Avenida Armando Italo Setti, 65, Centro).

Pipa: Praça Giovanni Breda (Assunção), Praça dos Coleirinhas (Parque dos Pássaros) e Praça do Professor (Nova Petrópolis).

Pet: Praças públicas desde que esteja com coleira e o dono recolha a sujeira. EMSÃO CAETANO

Bike, patins e skate: Estação Jovem (Rua Serafim Constantino, piso superior do Terminal Nicolau Delic); nos parques da cidade são permitidas bicicletas até aro 16.

Pipa: Parque Chico Mendes (Avenida Fernando Simonsen, 566, Cerâmica).

DIADEMA

Skate: Parque do Paço (Avenida Antonio Piranga, Centro) e Parque Vereador Antonio de Lucca Filho (Rua Yokohama, Jardim Takebe).

Pipa: Parque Pousada dos Jesuítas (Rua Vitalina Caiafa Esquível, 4.071, Centro).

Pet: Em todos os parques da cidade desde que o dono recolha a sujeira que o bichinho fizer.

 

Consultoria de Alessandra Françóia, coordenadora da ONG Criança Segura, e Otávio Grilo, diretor da AES Eletropaulo

 

Acesse o blog do Diarinho (www.blogdiarinho.blogspot.com) para aprender a fazer pipa de jornal




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