As vendas de veículos estão em ritmo forte. No acumulado do ano, até a primeira quinzena deste mês, o mercado já cresceu 12,5% em relação a igual período de 2009, cujo volume havia registrado recorde histórico. Para especialistas, o fim do desconto do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em abril é o fator de impulso.

"A indústria automobilística está produzindo a pleno vapor para atender à antecipação de compra do consumidor que quer aproveitar o último benefício do desconto", afirmou Sergio Reze, presidente do conselho da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Considerando apenas a primeira quinzena de março, as vendas somaram 138.968 veículos - pequeno crescimento diante das 136.893 registradas no mesmo período de fevereiro.

No atual ritmo, as vendas chegariam a 290 mil unidades, contabilizados os 11 dias úteis que ainda restam no mês. A expectativa é que as vendas batam recorde histórico e somem 310 mil unidades em março.

Por isso, o mercado trabalha com a expectativa de uma segunda quinzena muito mais forte que a primeira.

Quase todas as marcas estão com campanhas na mídia anunciando feirões e promoções para tentar atrair o consumidor. Para o consultor Paulo Roberto Garbossa, as montadoras devem adotar novas táticas para manter o mercado aquecido.

Uma das possibilidades, acredita Garbossa, é que, ao antecipar parte do pagamento, o consumidor consiga manter o preço com desconto para um carro que ainda será entregue nos próximos 50 dias.

Com o fim do IPI, os veículos devem ter aumento médio de 3% a 5%. "Num carro que custa R$ 25 mil, esse desconto pode representar até um mês de salário, dependendo do poder de compra do consumidor", afirma o consultor.

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) trabalha com expectativa de acomodação do mercado a partir de abril. "Dificilmente as vendas manterão este nivel de crescimento", diz Garbossa.