Na discussão sobre a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), as lideranças empresariais do Grande ABC já têm um lado: são contra. Ao mesmo tempo em que o governo federal pretende garantir a prorrogação da contribuição, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) encabeça uma campanha contra a continuação da CPMF.

A entidade montou o site www.contraacpmf.com.br com um abaixo-assinado eletrônico. Segundo o diretor regional da Fiesp São Caetano, Fernando Trincado Simon, a expectativa é que se chegue a 1 milhão de assinaturas nos próximos dias.

"Está bastante grande a movimentação e há muitas entidades apoiando isso. De modo geral, a sociedade e entidades são contra essa prorrogação”, diz o diretor regional da Fiesp Diadema, Rinaldo Dini.

Para o diretor regional da entidade em São Bernardo, Hermes Soncini, a CPMF teria propósito se desse retorno aos contribuintes. “O problema não é o imposto que se cobra, e sim como ele volta para a população. Vemos que nesse caso o retorno é mínimo.”

"É uma campanha que não é dos empresários – é de cidadania”, ressalta Fernando Trincado Simon.

Para ele, trata-se de mais uma batalha na luta contra a carga tributária. “A arrecadação subiu bem acima do crescimento industrial e do PIB. Para ter mais potencial de crescimento, tem de haver uma diminuição nos impostos e o aumento da carga tributária tem de ser, no máximo, a metade do PIB.”

O presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial) Diadema, Odair Paulino, também se posiciona contra a contribuição. “Para nós, a CPMF não deveria nem existir. Um imposto que foi criado para ser provisório e se tornou permanente não pode ter o apoio do empresariado”, diz.

O diretor-adjunto do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) da regional Diadema, Walter Bottura Júnior, é mais severo. “Com todo o crescimento de arrecadação feito até agora, já poderíamos ter eliminado essa excrescência."