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Para governo, não há espaço para mais juros
18/10/2008 | 07:15
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O governo não considera mais factível que o BC (Banco Central) traga a inflação para o centro da meta de 4,5% em 2009, como estava programado antes do agravamento da crise financeira internacional. A avaliação feita pela área econômica nos últimos dias é que a disparada do dólar impossibilita uma trajetória mais ambiciosa para a inflação no próximo ano.

"Haverá mais inflação do que se imaginava", disse ontem um importante assessor do governo. Mas a área econômica não espera uma explosão da inflação, pois os técnicos acreditam que os efeitos da maxidesvalorização do real sobre os preços serão, pelo menos parcialmente, compensados pela redução da demanda, em virtude do desaquecimento econômico.

O entendimento que predomina neste momento dentro do governo é que não há espaço para que o Copom (Comitê de Política Monetária) promova uma nova elevação da taxa de juro em sua próxima reunião, no final deste mês. Uma subida do juro, num momento de escassez de crédito e aperto de liquidez, poderia agravar os problemas que o governo quer resolver, advertiu outra fonte.

Por isso, a avaliação majoritária dentro do governo é a de que é melhor o BC fazer agora uma parada para avaliar o cenário. Mas representantes do chamado grupo desenvolvimentista ainda defendem uma redução da taxa de juro, com o argumento de que a queda ajudaria a resolver o problema de liquidez.

Os sinais de recessão nos Estados Unidos e na Europa, em decorrência da crise financeira, mudaram o quadro da economia brasileira para 2009 pintado até agora dentro do governo. O cenário de que a economia do País sofreria apenas uma pequena desaceleração foi abandonado.

Agora, as autoridades já trabalham com a perspectiva de uma redução mais intensa da atividade econômica e com uma duração maior da crise, em virtude, principalmente, da indefinição política nos Estados Unidos.




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