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EUA mantêm política de juros
Do Diário do Grande ABC
19/03/2000 | 16:37
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A divulgaçao do patamar das taxas básicas norte-americanas pelo FED (Federal Reserv) e a reuniao do Copom (Comitê de Política Monetária) para decidir o nível da taxa Selic vao centralizar as atençoes do mercado financeiro ao longo desta semana. É consenso entre os analistas que mais uma vez o FED vai adotar uma elevaçao de 0,25% pontos percentuais, perseverando na sua política de aumentos graduais para a suavizaçao do aquecimento da economia dos EUA.

"A divulgaçao na sexta-feira de um dos mais importantes dentre os indicadores inflacionários, o CPI (Indice de Preços ao Consumidor) que projetou 0,5% contra apostas de 0,4%, portanto dentro do esperado, atenuou projeçoes alarmistas de que o FED poderia elevar a taxa em 0,50% pontos percentuais", afirmou a economista-chefe do Lloyds Asset Management, Gina Baccelli.

No Brasil, as apostas também se concentram na manutençao dos juros nos atuais 19%, com viés neutro. "O Copom nao deve alterar a taxa brasileira. Mas esta reduçao nos juros do compulsório demonstra que nao há preocupaçao com a inflaçao, a ponto do Bacen poder melhorar a oferta de crédito", explicou Baccelli.

Para o economista-chefe do BankBoston, José Penna, o questionamento é de quantas vezes ao longo do ano serao praticadas elevaçoes de 0,25% na taxa básica dos EUA. "Nao haverá surpresas na semana que vem quanto ao patamar das taxas, já que a ocasiao mais propícia para se promover uma alta maior foi em 2 de fevereiro quando o FED havia alertado, na ata de dezembro, sobre os temores do Bug do Milênio. A questao agora é de quantas altas de 0,25% pontos percentuais nós teremos que enfrentar", afirmou Penna.

Bolsas - O fraco movimento e a baixa liquidez que a bolsa paulista tem enfrentado ao longo deste mês de março têm como fator principal a alta volatilidade do mercado externo. "Os investidores nao querem correr risco devido à instabilidade do mercado externo. Por outro lado, no mercado interno, os investidores estao receosos de que uma alta do salário mínimo cause impactos nas contas públicas", comparou Penna.

O analista do BankBoston pondera que as migraçoes para a renda variável vêm escasseando nas últimas semanas. "Os investimentos agora estao se centralizando mais na renda fixa do que propriamente na renda variável, revertendo o fluxo que tínhamos entre os meses de dezembro, janeiro e fevereiro", explicou Penna. A volatilidade, de acordo com os analistas, deverá perdurar nas bolsas nas próximas semanas.

"O investidor que optar por entrar agora na bolsa poderá fazê-lo porque nao irá enfrentar grandes prejuízos porque as quedas nao serao grandes, mas também nao obterá ganhos excepcionais porque a bolsa nao subirá tanto. Nao vejo razoes para reduzir posiçoes, acho que o investidor pode compor seu portfólio com açoes sabendo combinar risco com retorno", advertiu o economista do BankBoston.

O vice-presidente do banco CCF Brasil, Carlos Calabresi, atribuiu a falta de fôlego da bolsa brasileira à extrema valorizaçao obtida no ano passado. Este forte desempenho estaria levando à realizaçao. "Os investidores nao estao querendo fazer posiçoes mais consistentes em virtude da volatilidade. Mas temos que ponderar que a bolsa nao pode subir 10% a cada mês. Mas é provável que passada esta turbulência, o mercado volte a fazer posiçoes", afirmou.




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