Economia Titulo Efeito pandemia
Na região, são criadas 9.892 vagas formais em novembro

Saldo supera acumulado de 2019, mas chances são para repor parte das demissões deste ano

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
24/12/2020 | 00:06
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Marcello Casal Jr/Agência Brasil


O saldo (contratações menos demissões) de vagas formais no Grande ABC no mês passado atingiu 9.892 postos de trabalho e superou o acumulado de janeiro a novembro de 2019, quando foram criadas 9.348 oportunidades. No mesmo mês do ano passado, 405 chances haviam sido geradas – à época, a indústria amargava o impacto do fechamento da Ford e dificuldades na exportação à Argentina.

Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados ontem pelo Ministério da Economia.

Neste ano, apesar de a pandemia do novo coronavírus ainda assombrar a economia, existe movimento de reposição de parte dos empregos perdidos ao longo de 2020. “É preciso levar em consideração que o Brasil é o segundo com mais mortes causadas pelo novo coronavírus no planeta. Ao simplesmente celebrarmos a criação de empregos sem ponderarmos a que custo esses postos foram gerados, é como se passássemos por cima das mortes de mais de 188 mil pessoas (sendo 3.400 na região)”, disse o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero. Todos os setores abriram oportunidades, capitaneadas por serviços, com 5.207 vagas, e seguidas por comércio, com 2.857, construção, 978 e mesmo a indústria, 850.

De janeiro a novembro, o emprego com carteira assinada no Grande ABC ainda amarga saldo negativo de 10.574 – montante que já passou de 30 mil no meio do ano, quando as regras de combate à Covid-19 eram mais rígidas, e a quarentena impedia o funcionamento de negócios que não eram de serviços essenciais.

Apenas a construção tem saldo positivo no acumulado do ano, com 1.179 postos de trabalho. Comércio contabiliza a perda de 1.709 vagas, serviços, de 3.843, e a indústria, 6.184. “É como se a pandemia tivesse destruído um prédio de dez andares e, agora, ele estivesse sendo construído novamente, mas, por enquanto, um de cinco ou seis andares. Ainda falta para recuperar o que foi perdido e apresentar ganho de verdade”, disse. “E isso irá se refletir ainda mais no primeiro trimestre do ano que vem, quando muita gente que tem sobrevivido com a ajuda do auxílio emergencial não contará mais com o benefício.”
 




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