Saldo supera acumulado de 2019, mas chances são para repor parte das demissões deste ano
O saldo (contratações menos demissões) de vagas formais no Grande ABC no mês passado atingiu 9.892 postos de trabalho e superou o acumulado de janeiro a novembro de 2019, quando foram criadas 9.348 oportunidades. No mesmo mês do ano passado, 405 chances haviam sido geradas – à época, a indústria amargava o impacto do fechamento da Ford e dificuldades na exportação à Argentina.
Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados ontem pelo Ministério da Economia.
Neste ano, apesar de a pandemia do novo coronavírus ainda assombrar a economia, existe movimento de reposição de parte dos empregos perdidos ao longo de 2020. “É preciso levar em consideração que o Brasil é o segundo com mais mortes causadas pelo novo coronavírus no planeta. Ao simplesmente celebrarmos a criação de empregos sem ponderarmos a que custo esses postos foram gerados, é como se passássemos por cima das mortes de mais de 188 mil pessoas (sendo 3.400 na região)”, disse o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero. Todos os setores abriram oportunidades, capitaneadas por serviços, com 5.207 vagas, e seguidas por comércio, com 2.857, construção, 978 e mesmo a indústria, 850.
De janeiro a novembro, o emprego com carteira assinada no Grande ABC ainda amarga saldo negativo de 10.574 – montante que já passou de 30 mil no meio do ano, quando as regras de combate à Covid-19 eram mais rígidas, e a quarentena impedia o funcionamento de negócios que não eram de serviços essenciais.
Apenas a construção tem saldo positivo no acumulado do ano, com 1.179 postos de trabalho. Comércio contabiliza a perda de 1.709 vagas, serviços, de 3.843, e a indústria, 6.184. “É como se a pandemia tivesse destruído um prédio de dez andares e, agora, ele estivesse sendo construído novamente, mas, por enquanto, um de cinco ou seis andares. Ainda falta para recuperar o que foi perdido e apresentar ganho de verdade”, disse. “E isso irá se refletir ainda mais no primeiro trimestre do ano que vem, quando muita gente que tem sobrevivido com a ajuda do auxílio emergencial não contará mais com o benefício.”
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