A pequena reação nas vendas para o mercado interno de automóveis em fevereiro, anunciada pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) no início da semana, não será suficiente para recuperar o nível de produção da indústria automobilística verificado em praticamente todo o ano passado. "Desde janeiro houve uma queda de mais de 60% nas exportações, sendo impossível para o mercado interno absorver todo esse estoque", disse o presidente da Anfavea, Jackson Schneider.

Porém, com a retomada parcial da produção do setor, o presidente do Sindipeças (Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), Paulo Butori, acredita que a indústria automotiva não demitirá mais funcionários nos próximos meses.

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, também é otimista. "É possível que a partir deste mês os postos ocupados permaneçam estáveis".

Mas não foi só o setor automotivo que preocupou com a crise financeira mundial. Guilherme Afif Domingos, Secretário do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo, lembrou que dos 38.676 postos fechados em janeiro, 19.859 foram da indústria de transformação. "O comércio também sentiu fortemente os reflexos da crise e demitiu mais de 12 mil pessoas".

Para Afif, o Estado pode contribuir com a região no combate a crise por meio do Observatório do Emprego, ferramenta que avalia os dados do Ministério do Trabalho por município, mas que não propõe soluções ou saída para o desemprego na região ou no Estado.

A crítica do presidente do Sindicato dos Químicos, Paulo Lage, ficou por conta do ICMS cobrado às micro e pequenas indústrias do setor que, ao contrário das grandes, não tiveram o imposto reduzido de 18% para 12%. O secretário Alckmin disse que embora a questão caiba ao Ministério da Fazenda, será estudada uma saída.

(colaborou Lucas Tieppo)