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Chefe russo visita Belgrado após revoluçao
Do Diário do Grande ABC
06/10/2000 | 09:04
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O presidente russo Vladimir Putin enviou nesta sexta-feira o chefe de sua diplomacia, Igor Ivanov, a Belgrado, em uma missao tardia e cheia de mistérios, ainda mais que Moscou afirmou que a questao de um asilo político para Milosevic nao está sendo analisada.

Ele já se encontrou com Kostunica, na sala de trabalho de Slobodan Milosevic, no Palácio da Federaçao, a própria sede do governo.

Enquanto os países ocidentais celebravam ``o fim da era Milosevic', os russos diziam acreditar ainda em uma soluçao negociada.

A imprensa russa foi severa nesta sexta-feira com o Kremlin, qualificando sua posiçao sobre a crise iugoslava de ``ininteligível'.

``Os russos tinham um trunfo para usar e o deixaram perder', estimou um diplomata ocidental em alusao às pressoes ocidentais sobre os russos para que reconheçam a vitória da oposiçao nas eleiçoes do dia 24 de setembro passado.

Vladimir Putin nao deu uma explicaçao oficial para o envio do chefe de sua diplomacia e Belgrado, decidido ao término de uma reuniao de emergência no aeroporto de Cheremetivo, ontem à noite, no retorno de Putin de uma viagem à India.

Segundo o presidente da Duma (câmara baixa do Parlamento russo), o comunista Guennadi Seleznev, Ivanov foi a Belgrado ``para tomar conhecimento da situaçao e definir com mais precisao a posiçao da Rússia'.

Ivanov viajou em companhia do enviado especial russo para os Bálcas, Vladimir Chishov, e pelo diretor do departamento europeu encarregado da Iugoslávia, Alexandre Tolkach. Os dois diplomatas tinham acabado de voltar de uma viagem à Iugoslávia.

Ao contrário dos ocidentais e apesar de suas pressoes, Moscou nao pediu a Milosevic para sair. O presidente Putin havia proposto um encontro em Moscou entre Milosevic e Kostunica, para tentar solucionar a crise política, uma iniciativa que fracassou.

Ao voltar da India na noite de quinta-feira, Putin mostrou-se consternado com o agravamento da situaçao na Iugoslávia. ``O confronto político chegou a um ponto crítico, tudo o que acontecer agora poderá degenerar em violência direta e isto seria inadmissível', declarou.




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