Grupos de socorro reduziam nesta sexta-feira
gradualmente suas atividades de busca a sobreviventes entre os escombros de concreto e metal retorcido deixados pelo mais grave terremoto a sacudir a Grécia em mais de 40 anos. Apesar de trabalharam sem descanso, os integrantes das equipes disseram nao terem encontrados mais sinais de vida entre os escombros.
O número de mortos subiu para 97 e mais de duas dezenas de
moradores da regiao afetada estao desaparecidas.
As equipes internacionais utilizaram aparelhos
ultra-sensíveis e caes treinados para concentrar suas buscas em seis pontos da regiao atingida, entre os quais uma fábrica onde uma mulher foi encontrada após permanecer quase 46 horas debaixo do concreto.
As autoridades optaram por nao usar retroescavadeiras e
outras máquinas pesadas nas áreas onde acreditava que pudesse haver sobreviventes do terremoto de terça-feira, que atingiu 5,9 graus de intensidade. ''Sempre há esperança``, disse Panaghiotis Fourlas, subchefe do Departamento de Bombeiros.
Em meio ao que sobrou da fábrica, os voluntários pediam
periodicamente silêncio, para permitir que os microfones captassem algum sinal de vida, mas desde o resgate de quinta-feira (09) nao ouviram nada.
"Confiamos que alguém ainda esteja vivo", manifestou Grigoris Angelopoulos, de 34 anos. "Confio que tenham desmaiado ou algo assim".
Angelopoulos lidera um grupo da Cruz Vermelha que fazia a
busca entre os escombros de um prédio residencial de quatro andares em Metamorfosi, um subúrbio do norte de Atenas.
O terremoto na capital grega foi o mais destruidor a
atingir a Grécia desde 1953, quando um forte sismo sacudiu a ilha de Cefalonia,
no mar Egeu, e ocasionou 476 vítimas.
Milhares de desamparados abarrotaram barracas, estádios
esportivos e quartos de hotéis postos pelo governo à disposiçao dos desabrigados pelo terremoto.
O porta-voz do governo, Dimitris Reppas, disse que 12 mil
barracas de campanha foram montadas para acomodar mais de 70 mil desabrigados "por alguns meses".