A Viação Januária, responsável pelo lote 2 do sistema de transporte público de Mauá - que abriga 18 linhas -, não irá aceitar o cartão eletrônico DaHora, implementado pela Prefeitura para fazer a transição com a Leblon Transportes de Passageiros, impedida pela Justiça de assumir o trecho no próximo sábado.
Segundo o empresário Baltazar José da Rocha, proprietário da Januária, a administração de Oswaldo Dias (PT) foi irresponsável em gastar R$ 500 mil na contratação de outra companhia para modificar o sistema eletrônico. Desde o dia 27, há quiosque no Terminal Rodoviário fazendo a troca dos atuais bilhetes pelo novo modelo, além de passes em papel, ferindo o edital de contratação.
"Isso é um absurdo. Não há definição jurídica sobre que empresa irá operar o lote 2. O que a Prefeitura fez pode ser questionado por qualquer cidadão na Justiça", alega Baltazar.
Agora, segundo ele, caberá ao governo municipal refazer a troca dos bilhetes. "A Januária não irá aceitar essa troca. Agora caberá à Prefeitura desfazer isso e devolver o dinheiro à população."
Baltazar afirma que, enquanto não houver decisão definitiva sobre o impasse envolvendo o lote 2, continuará operando normalmente. "Meus ônibus continuam rodando pela cidade e os empregos de meus funcionários seguem garantidos. Quem tem o bilhete eletrônico poderá continuar usando. Não precisa mudar nada", avisa o empresário.
Por conta do feriado do servidor público, ontem não houve expediente na Prefeitura de Mauá.
BRIGA NA JUSTIÇA - O imbróglio sobre o operador do lote 2 se estende desde 2008. Ainda na gestão de Leonel Damo, a Leblon foi desclassificada do certame por náo cumprir exigência de se adequar ao sistema vigente de bilhetagem eletrônica. As demais concorrentes - Estrela de Mauá e Transmauá - seguiram na licitação e a Estrela de Mauá foi declarada vencedora do lote 2.
Logo depois, a Leblon foi à Justiça, sob argumento que a duas haviam apresentado documentos irregulares. A Justiça de Mauá impediu que a Prefeitura assinasse com a Estrela. A administração, então, colocou a Leblon de volta no certame e deu vitória à empresa.
Estrela e Transmauá foram ao TJ (Tribunal de Justiça) e conseguiram reverter a decisão do judiciário e tiveram seus documentos validados. Com isso, a Prefeitura recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), que permitiu que a Leblon começasse a operar. Na quarta-feira, o TJ determinou a suspensão do início de atividades.
Assim como a Leblon, a Estrela de Mauá também já adquiriu os veículos de transporte. Já foram encomendados 85 ônibus, apesar de ainda não haver prazo para a solução do problema jurídico.
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