Quem mostrou condições de ir à Copa do Mundo da África do Sul, mostrou. Para quem não o fez, hoje é a última chance de provar a Dunga que tem chances de integrar o grupo dos 23 convocados. A adversária das 17h (Globo e SporTV) será a Irlanda no Emirates Stadium, em Londres. Os irlandeses estiveram a um passo da classificação à competição, mas pararam na mão de Thierry Henry, que ajeitou irregularmente a bola antes de cruzar para Gallas marcar o gol que garantiu a vaga à França.

O técnico brasileiro já tem em mente quem levará à Copa e tem afirmado em todas as entrevistas que haverá coerência na lista, descartando chamar alguém por apelo popular ou "por nome". "Estou muito consciente do que quero. As decisões são tomadas pelo tapete verde (campo). Não tem simpatia, antipatia, não tem nada além disso. Só o que a gente observou durante esses três anos e meio de trabalho", disse Dunga.

Assim, aqueles que foram convocados para o amistoso de hoje - exceções a Grafite e Carlos Eduardo, chamados para substituir Luís Fabiano e, possivelmente, Elano, ambos lesionados -, têm grandes perspectivas de ter o passaporte carimbado.

"Se a Copa do Mundo fosse hoje seriam esses jogadores que estão aqui. Enfim. Não adianta especular. Cada um teve a sua oportunidade. Cada um mostrou o que podia. Lógico que é normal que fiquem falando. Ah, mas se... Daria, daria... Podia, podia... Ah, o talvez, o pode ser, o mas... Para mim o que vale é o que o cara faz em campo", salientou o treinador que, desta maneira, praticamente descartou a presença de Ronaldinho Gaúcho no Mundial.

E como o meia do Milan é o principal alvo das perguntas, Dunga teve de se justificar, mas sempre dando moral àqueles que sempre responderam ao seu chamado e que mostraram lealdade.

"É um grande jogador (Ronaldinho). Todo mundo está na corrida para jogar a Copa do Mundo. Mas tenho de pensar hoje em quem está aqui, mostrar respeito por eles. São jogadores que vieram comigo, me deram resposta, tiveram resultado. Vieram aqui e mostraram. Por isso estão aqui. Foi comprometimento, empenho, sacrifício, atitude. Tudo o que vocês falavam que faltava em 2006. Mas não é só isso. Eles ganharam também. Senão parece que eles só são bonzinhos", explicou o técnico.

Convocação à parte, a equipe titular do Brasil que entra em campo hoje mantém a base que disputou a reta final das eliminatórias sul-americanas em 2009, mas com Ramires no meio-campo ao lado de Kaká, e Adriano no ataque, formando dupla com Robinho.

Na esquerda, a novidade é Michel Bastos, enquanto Gilberto ficou na reserva. Este setor deve ser mesmo a grande dor de cabeça do treinador, que já testou André Santos, Filipe Luís, Fábio Aurélio, Kléber e Marcelo na posição.