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Linha do BB não atrai lojistas de autos
Emerson Coelho
Do Diário do Grande ABC
21/03/2009 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


A linha de crédito FAT Giro Setorial do Banco do Brasil para revendedores de veículos usados, lançada no final de fevereiro, não está tendo procura na região. De acordo com os lojistas do Grande ABC a taxa de juros (1,4%) não é convidativa, o valor emprestado (R$ 200 mil) é baixo e as exigências, como não poder demitir funcionários, inviabilizam a negociação.

"Fazer um empréstimo e ficar sujeito a imposições não nos agrada", argumenta o gerente da Autocar, de São Bernardo, Walter Martins.

A Armando Veículos, que possui cinco lojas no Grande ABC, também não está utilizando a linha de crédito. "Já temos muitos acordos com bancos e por enquanto não vamos recorrer a essa linha", comenta o gerente comercial, Fernando Silveira do Espírito Santo.

A assessoria de imprensa do Banco do Brasil argumenta que a procura está sendo baixa devido à falta de divulgação e diz que o banco irá se reunir com a Assovesp (Associação dos Revendedores de Veículos Automotores do Estado de São Paulo) nos próximos dias para tentar divulgar a linha de crédito para as revendas de São Paulo.

COMO FUNCIONA - A criação da linha aconteceu a partir de um acordo firmado entre o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) e a Fenauto (Federação dos Sindicatos dos Revendedores de Automóveis) e tem como objetivo financiar o capital de giro para as empresas de comércio de carros usados e conta com R$ 400 milhões, sendo R$ 200 milhões do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e R$ 200 milhões do Banco do Brasil.

Os empréstimos são corrigidos pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), acrescida de 11,206% ao ano, o que corresponde a uma taxa efetiva de 1,4% ao mês. O prazo de pagamento pode chegar a até 24 meses, incluída carência de até cinco meses.

As revendas poderão contratar operações de valor até R$ 200 mil, observando o prazo limite de 30 de dezembro de 2009.

"Nos primeiros dias em que foi lançada a linha já concedeu cerca de 20 milhões no País e se der certo pode garantir a preservação de 600 mil empregos diretos e indiretos. Somente no Estado de São Paulo são 250 mil trabalhadores diretos em 15 mil concessionárias", declara o presidente da Fenauto, Ilídio Gonçalves dos Santos.

De acordo com o Ministério do Trabalho, em caso de demissões, os empréstimos terão de ser quitados integralmente no ato do corte de vagas. Os sindicatos da categoria ficam responsáveis pela fiscalização.




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