Mas é pouco. Nesta segunda-feira, o economista Jeffrey Sachs criticou a falta de recursos para a Aids. "Este ano, o mundo vai gastar US$ 900 bilhões em armamentos e cerca de US$ 1 bilhão com a aids", afirmou.
A África é a região mais castigada pela doença e pelo preconceito que a cerca, impedindo que muitos doentes façam o teste e procurem tratamento. Na Nigéria, onde quatro milhões de pessoas são portadoras do vírus, apenas 15 mil recebem o coquetel anti-Aids. Em Botswana, um dos países mais ricos do continente, 40% da população tem o HIV, mas apenas 12 mil das 100 mil pessoas que precisam do coquetel têm acesso às drogas, distribuídas gratuitamente pelo governo. O país mantém seu programa anti-Aids graças à Fundação Bill e Melinda Gates e a doações de indústrias farmacêuticas.
A situação é grave também em países como a China, onde o governo reconhece a existência de 840 mil infectados e 80 mil doentes, mas a OMS estima o número de portadores em pelo menos dois milhões. Em Pequim, funcionários do sistema de saúde saíram nas ruas nesta segunda-feira fazendo campanha de prevenção. O governo da Índia, que fabrica os genéricos mais baratos do mundo, se comprometeu a investir US$ 44 milhões para distribuir antiretrovirais para 100 mil pacientes.
Outra fonte de preocupação é a Rússia, onde oficialmente existem 257 mil casos de HIV, dos quais 7.500 são crianças, mas o próprio Ministério da Saúde reconhece que o número de infectados deve ser bem maior - entre 700 mil e 1,5 milhão de pessoas.
Em Brasília, uma colcha da solidariedade com 6 mil m², costurada por estudantes de todo o país, foi estendida nesta segunda-feira na Praça dos Três Poderes para lembrar os mais de 100 mil brasileiros que morreram de Aids. O evento contou com uma apresentação da bateria da Acadêmicos do Grande Rio, com o enredo do próximo Carnaval, cujo título é Pecado é Não Usar, que defende o uso da camisinha.
Em São Paulo, a Prefeitura uniu-se ao Santander Banespa e instalou um laço vermelho gigante na fachada do banco, no Centro da cidade. Segundo a prefeita Marta Suplicy, em São Paulo já foram notificados 56 mil casos da doença, 20% do total do país. O município está investindo na prevenção. Em 2003 o total de preservativos distribuídos será de 10 milhões, dez vezes mais que em 2000.
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