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Fórum discute exploração de crianças africanas
Das Agências
30/05/2001 | 17:11
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Um número cada vez maior de crianças africanas estão sendo exploradas através do trabalho forçado e da prostituição, não só na África, mas também na Europa e no Golfo, explicaram nesta quarta-feira os participantes de um Fórum sobre o futuro da infância no continente.

"O tráfico de crianças se transformou em uma atividade muito lucrativa, que dá cerca de US$ 7 bilhões por ano ao crime organizado", afirmou Tim Demeyeur, jurista da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

"Separadas de seus pais, essas crianças são exploradas sexualmente, seja em atividades pornográficas ou pedófilas", acrescentou Demeyeur durante o encontro, que começou nesta segunda-feira no Cairo, convocado pela Organização da Unidade Africana (OUA) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"Em toda a África, crianças menores de cinco anos trabalham como empregadas domésticas. No Oeste e Centro da África, crianças de apenas oito anos são contratadas para o trabalho doméstico e depois são destinadas à prostituição", destacou Demeyeur.

A África se transformou em um "fornecedor de carne fresca" para vários países da União Européia, onde florescem redes pedófilas e de prostituição, explicou Meera Sethi, representante da Organização Internacional de Imigração (OII).

"Itália, Bélgica e Grã-Bretanha estão entre os países que recebem a maior quantidade de crianças africanas destinadas à prostituição, enquanto Espanha e Alemanha são países de trânsito", precisou Sethi.

Os países mais afetados pelo tráfico são Camarões, Gana, Nigéria, Burkina Fasso, Benin, Togo, Gabão, Costa do Marfim e Mali, disse Sethi.

Ela também denunciou que em alguns países da África, continente gravemente afetado pela Aids, "reina a convicção de que uma relação sexual com uma menina virgem pode curar o vírus", o que "aumenta a demanda de meninas cada vez mais jovens".

Segundo um informe da OIT, o "preço" de uma criança africana "oscila entre US$ 14 e US$ 100, de acordo com as atividades às quais será destinada".

A UNICEF estima que anualmente cerca de 200 mil crianças do Oeste e do Centro da África são vítimas de trabalho forçado.




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