Política Titulo Corrida presidencial
Condenado, Lula cita Haddad como alternativa para 2018

Em entrevista para canal do YouTube, ex-presidente elege, pela primeira vez, ex-prefeito da Capital como ‘plano B’ do PT à Presidência

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
21/07/2017 | 07:00
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Divulgação


Pela primeira vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou em alternativa do PT caso não dispute as eleições de 2018. Ontem, em entrevista ao canal Ultrajano, no YouTube, o petista citou no ex-prefeito da Capital Fernando Haddad (PT, 2013-2016) como “personalidade importante” na disputa presidencial.

Lula já admitiu a vontade de voltar a concorrer ao Planalto no ano que vem. O petista, porém, pode enfrentar obstáculos jurídicos para viabilizar eventual candidatura. No dia 12, o ex-presidente foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex, no Guarujá (Litoral), atribuído ao petista. Além desse processo, o ex-presidente é réu em mais quatro. A defesa de Lula acredita em reverter essa e outras eventuais condenações em instâncias superiores.

“O PT tem governadores em três Estados importantes, né. Eles têm um cacife para ser candidato. O Haddad pode ser uma personalidade importante (para disputar a Presidência), se ele se dispuser a percorrer o Brasil. Nessa crise na Educação, eu já falei para o companheiro Haddad: ‘Você tem que botar o pé na estrada e falar da Educação, falar o que você fez para o setor’. Nós quintuplicamos o orçamento do setor, sabe. Nós colocamos filho de pedreiro para ser engenheiro, filho de empregada doméstica para ser médico. Então, é possível fazer essas coisas”, disse o cacique do petismo.

Oficialmente, petistas têm negado que o partido cogite outros nomes para substituir Lula na corrida presidencial caso o ex-presidente tenha dificuldades jurídicas para emplacar candidatura.

Assim como a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2010, Haddad – ex-ministro da Educação entre 2005 e 2012 – ainda não tinha sido testado nas urnas quando foi indicado por Lula para disputar, com êxito, a prefeitura de São Paulo, há cinco anos. Na ocasião, surgiu como azarão na corrida, mas levou o pleito no segundo turno contra José Serra (PSDB). No ano passado, perdeu a reeleição para João Doria (PSDB), ainda no primeiro turno.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, na segunda-feira, Haddad negou pensar em candidatura e afirmou que se dispôs a ajudar na elaboração do plano de governo de Lula.

Ontem, Moro determinou o bloqueio de mais R$ 9 milhões em planos de Previdência de Lula. Antes, suspensão de R$ 606,7 mil em contas bancárias e sequestro de bens do petista haviam sido determinados.

MANIFESTAÇÃO
Militantes petistas, integrantes de movimentos sociais e sindicais, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), promoveram ontem à noite manifestação em apoio a Lula, que compareceu ao ato. Em cima de um caminhão de som, o petista reclamou das decisões de Moro e criticou ferrenhamente o presidente Michel Temer (PMDB).

“Como não conseguem me derrotar na política, querem me derrubar com processos”, discursou. Gritos pelo ‘Fora, Temer’, ‘Diretas já’ e contra as reformas trabalhista e da Previdência também deram o tom da manifestação. <TL>(com Agências) 




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