O PSDB de Diadema comunicou à superintendente da Sabesp, Dilma Pena, que vai indicar o futuro diretor financeiro da Companhia de Água de Diadema, empresa formada pela fusão da Saned com a autarquia estadual.

A exigência foi uma das premissas apontadas pela bancada tucana de Diadema para aprovar projeto de lei que entrará em votação hoje na Câmara. Os vereadores Lauro Michels e Márcio Giudicio, o Márcio da Farmácia, inicialmente eram contrários à apreciação da propositura ainda no primeiro semestre. Ambos defendiam realizações de outras audiências públicas para explanar as consequências da criação da CAD. Depois da reunião com Dilma Pena, os dois assentiram em referendar o texto.

"Falamos para a Dilma sobre a necessidade de ter alguém que conheça a cidade para gerir parte da nova companhia. Ela concordou e pediu para que indicássemos um nome. Estamos pensando nisso", disse o presidente do PSDB municipal, José Dourado, um dos vereadores que apoiou o projeto desde o início.

A diretoria financeira terá missão de monitorar toda saúde economica da CAD e evitar acúmulo de dívidas, como aconteceu na gestão da Saned. É o segundo cargo em importância dentro da autarquia, atrás somente da presidência, que será preenchida por nome indicado pela Prefeitura de Diadema. O prefeito Mário Reali (PT), inclusive, já comentou que a atual diretora-presidente da Saned, Neuceli Bonafé, deverá continuar à frente da companhia.

O PSDB refuta, contudo, utilizar a CAD como cabide de empregos, prática comum em administrações públicas. "O nome que falaremos será técnico, porque o cargo exige esse perfil. O PSDB não tem intenção de usar a nova empresa politicamente, para dar cargos em troca de favores eleitorais", ressaltou Lauro Michels.

Nos bastidores, porém, a conversa é diferente. A avaliação de muitos tucanos é que a divisão igualitária de poder na CAD poderá dar ao PSDB penetração política na cidade, algo que o partido nunca conseguiu no poder público de Diadema. E o fato pode auxiliar a campanha do ex-deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB), sem posto eletivo desde março deste ano por não conquistar reeleição à Assembleia Legislativa.