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'Seria ofensa direta a mim cooptar aliado', alega Campos

No diretório do PTB andreense, dirigente cita deslealdade se PSDB sondar correligionário

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
27/10/2017 | 07:13
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Denis Maciel/DGABC


Em visita ontem à sede do diretório do PTB de Santo André, o presidente paulista do partido, Campos Machado, sugeriu que “seria ofensa direta” a ele caso o PSDB, do prefeito Paulo Serra, busque cooptar um petebista para a disputa do processo eleitoral de 2018 pelo tucanato – depois de garantir crescimento em 2016, ao conquistar quatro prefeituras no Grande ABC, o PSDB encontra dificuldade para lançar nomes fortes à empreitada do ano que vem.

“Vejo que seria deslealdade imperdoável, vide a situação provocada pelo (prefeito de São Paulo) João Doria (PSDB), pois quem trai Paulo trai João, mas eu tenho certeza que aqui (na cidade) não vai acontecer essa situação de aliciamento. Até porque somos aliados eleitorais e de governo”, minimizou Campos.

Mesmo em tom conciliador, a declaração do dirigente petebista se dá em momento que se cogitou sondagens do tucanato a políticos da base, como Edson Sardano (PTB), vereador licenciado e secretário municipal de Segurança Urbana. Sardano tende a ser candidato a deputado federal e tem falado, nos bastidores, que permanece na sigla para pleitear a vaga no Congresso. “Considero postura incorreta ir atrás de aliado. Qual vantagem seria, para mim, cooptar alguém do PSDB? É romper o cordão da aliança, inaceitável, desleal. Creio que lá (no tucanato) eles também consideram que seria tiro no peito”, disse Campos, ao reiterar que não faz sentido enfraquecer parceiro. “O tempo tem asas. Daqui a pouco estamos em 2020.”

O PTB possui o posto de vice-prefeito, com Luiz Zacarias, registrando ainda três espaços no alto escalão do governo tucano. Além de Sardano, o próprio número dois do Paço é secretário de Serviços Urbanos e Dinah Zekcer, presidente municipal da legenda, comanda a Pasta da Educação. Até o momento, apenas Sardano se coloca como postulante pela agremiação. Não há dobrada local formada. Apesar de eventual apoio ao pleito, o vice, por exemplo, não sinalizou pretensão de entrar na briga pela Assembleia. “O Zacarias tem todas as condições (políticas), história, só que eu não irei interferir nessa decisão. Meu trabalho será de fortalecer. Não existe esse negócio de reserva de mercado”, citou Campos.

O dirigente se reuniu com as principais lideranças da sigla. Assinalou, no encontro, que o ex-deputado Roberto Jefferson, delator do esquema do Mensalão do PT e que era filiado ao partido no Rio de Janeiro, já oficializou a mudança do domicílio eleitoral para São Paulo – movimento que visa puxar votos à legenda. Alegou que um dos principais planos em 2018 é eleger Geraldo Alckmin (PSDB) presidente da República e descartou cenário de apoio a Doria ao governo de São Paulo. “Ninguém aceita andar ao lado de quem trai”. Requereu criação de três departamentos internos: PTB afro, sindical e defesa animal. 




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