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Polanski vasculha corporações
28/05/2010 | 07:00
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Divulgação


Ghost writers são seres anônimos que escrevem para a glória alheia. Roman Polanski aborda esse tipo de personagem em "O Escritor Fantasma", belo thriller político que chega hoje aos cinemas.

Ewan McGregor interpreta esse personagem, sem assinatura, que assume tarefa interrompida por seu antecessor: escrever as memórias de um poderoso político britânico, agora em retiro em uma ilha na costa norte-americana. Sem emprego, o escritor aceita a oferta, bastante tentadora do ponto de vista financeiro.

O filme se cola a algumas referências bem reais - Adam Lang (Pierce Brosnan) é clara alusão a Tony Blair, o primeiro-ministro que envolveu seu país na invasão do Iraque. A sombra de uma guerra causada por interesses econômicos inconfessáveis, insinuações de corrupção entre homens poderosos e todo um maquinismo político que se vale e aniquila pessoas comuns são vistos na contraluz desse filme poderoso.

Tudo se embaralha, num mundo de sombras em que fica difícil, senão impossível distinguir os bons dos maus. Polanski suscita mais perguntas do que respostas. E, desta vez, desce não apenas aos porões sombrios das almas individuais, mas vasculha os interesses políticos e corporativos, essa caixa-preta da nossa história contemporânea.




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