Economia Titulo Protesto
Manifestantes esperam ações de Lula
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
10/07/2009 | 07:19
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A frente do prédio onde fica o apartamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo, continua sendo palco do protesto feito pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) em conjunto com o Sinsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência) - que mantém greve desde o dia 16 de junho.

Desde as 14h da quarta-feira integrantes do MTST estão acampados no local. "Estamos indignados com as falhas do Minha Casa, Minha Vida. O programa habitacional do governo federal é lento, não é flexível e não atende à nossa classe", citou um dos coordenadores estaduais do Movimento, Zezito Alves da Silva.

Segundo ele, o grupo que passou a noite na rua é composto por 150 pessoas. "Representamos as 1.400 famílias que serão despejadas daqui a 15 dias do terreno ocupado em Sumaré, interior de São Paulo - onde estão há 8 meses. Protestamos contra a iminente reintegração de posse dessa área, além das moradias prometidas pelo governo, principalmente para nós, que necessitamos", afirmou Zezito.

Os manifestantes deverão ocupar a rua em frente ao prédio do Presidente, na avenida Francisco Prestes Maia, bairro Santa Terezinha, até que seja feita alguma proposta. De acordo com o grupo, ontem o presidente do PT (Partido dos Trabalhadores) municipal disse que levará a pauta adiante à procura de negociação.

Enquanto isso não acontece, para simbolizar a insatisfação quanto ao setor da habitação, a cada dia que passa uma pessoa deve se acorrentar como as demais (que já são cinco). O grupo também espalhou pela rua faixas e a cada duas horas se reúnem para protestar em forma de gritos e músicas.

"Estamos abertos para negociação. O problema é que precisamos fazer tudo isso para que as pessoas olhem para nós e para nossa situação. Neste momento, o Lula já deve estar ciente do movimento. Espero que ele peça para que algo seja feito", relatou Silva, um dos coordenadores estaduais do MTST.

Sem-teto exigem regularização fundiária

Durante a madrugada (de quarta para quinta-feira) a maior parte dos sem-teto ficou sob as lonas que formaram cabanas improvisadas na calçada, do outro lado da avenida. Das três faixas de rolamento de cada pista apenas uma ficou liberada para o trânsito.

Uma viatura da Guarda Civil Municipal, uma da Polícia Militar, e outra do Departamento de Trânsito da cidade, permaneceram fazendo a segurança no local.

Para o cozinheiro José Aldo, 43 - integrante do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) - o apoio das autoridades não é necessário já que o grupo possui equipes que fazem vigília durante a noite. "Temos cerca de 20 pessoas divididas em dois turnos. Uma equipe fica da meia-noite até as 3h quando a outra assume e fica vigiando até as 6h."

A operadora de telemarketing Jaqueline Gomes, 21, justifica a "segurança" para evitar problemas com pessoas contrárias ao movimento. "É para que as pessoas não venham a fazer provocações. Estamos evitando atos de vandalismo contra a gente."

Os integrantes do movimento prometem permanecer no local até serem ouvidos e obterem propostas concretas para as reivindicações. "Praticamos um sistema de revezamento. Alguns vão para os acampamentos durante a noite, outros trabalham de dia, mas sempre passam por aqui", afirmou o chapeiro do movimento Daniel Rodrigues, 22 anos.

O grupo pede ainda a regularização fundiária para mais de 2.000 mil famílias que vivem em um assentamento em Guarulhos, na Grande São Paulo. (Evandro De Marco)




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