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Bancários da Caixa continuam em greve
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
06/10/2007 | 07:06
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Mesmo com ameaça da Caixa Econômica Federal de ir Justiça pedir o fim da greve, os bancários do Grande ABC não voltaram atrás e resolveram manter a paralisação da categoria na região.

Em assembléia realizada na tarde de sexta-feira, a falta de uma proposta próxima com o que os funcionários do banco estatal reivindicam fez com que, em unanimidade, os bancários decidissem por manter a greve nas 37 unidades nas sete cidades.

Nos três dias de paralisação, 100% dos postos da Caixa permaneceram funcionando apenas o auto-atendimento e a gerência. A adesão à greve foi de 70% dos trabalhadores.

Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Maria Rita Serrano – que faz parte do Comando Nacional de Negociação da categoria e participou dos debates em Brasília com a instituição financeira pública –, o que foi oferecido de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) está cerca de R$ 1.100 abaixo do abono concedido em 2006.

“A própria Caixa criou um parâmetro que não quer cumprir. O gasto que eles estão tendo com a greve já é maior do que o que eles querem poupar com a PLR”, explica a dirigente.

Depois de dois dias de negociação, o banco ofereceu o mesmo abono acordado com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) – 80% do salário, mais parcela fixa de R$ 878 e ainda uma de R$ 1.200 – sendo 70% agora e 30% no ano que vem.

“Para quem ganha o piso, isso dá uns R$ 3.000. No ano passado foram R$ 4.100”, comenta Maria Rita.

Segundo a presidente do sindicato, a Caixa alega que não pode pagar esse valor de PLR por conta da lei das estatais, que permite que apenas 12,5% do lucro líquido possam ser pagos em abono. Se o parâmetro de 2006 for seguindo, esse percentual sobe para 21%.

“Mas oferecemos uma solução, que seria pagar a diferença em forma de abono em não PLR, mas eles recusaram, encerraram as negociações e ainda disseram que vão o TST (Tribunal Superior do Trabalho) para ajuizar o dissídio”, conta a sindicalista.

Se for a Justiça, a categoria teme pelo encerramento da greve sem nenhum avanço para os trabalhadores. Para Maria Rita, usar o TST foi uma surpresa diante de um governo “democrático e de trabalhadores”.

Em nota, a Caixa informa que as propostas oferecidas nas reuniões de quarta e quinta-feira foram as melhores possíveis dentro das condições do banco estatal. Também afirma que sexta-feira apenas 10% de suas agências estavam paralisadas no País.




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