Treze dias após conceder reajuste salarial de 3,5% ao funcionalismo público – a categoria pedia 30% –, o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), dará agora um bônus para 1.500 educadores da rede pública de ensino.

O projeto foi aprovado quarta-feira em sessão extraordinária da Câmara, que entrou em recesso na terça-feira.

O benefício, concedido aos professores, assistentes e diretores – R$ 500, R$ 550 e R$ 600, respectivamente –, será pago em uma única parcela no próximo mês. Apesar da aprovação unânime, os vereadores não foram notificados, por exemplo, sobre qual o impacto financeiro nos cofres públicos com a concessão desse abono. Isso porque tanto o prefeito quanto a secretária de Educação, Magali Aparecida Selva Pinto, estão em férias.

A matéria foi enviada às pressas ao Legislativo. “Ele (Auricchio) não falou com a bancada porque suas férias estavam em tramitação. A responsabilidade ficou por minha conta”, defende o líder de governo Gilberto Costa (PP).

Segundo ele, o bônus faz parte de uma série de promessas de campanha do petebista. “Com o repasse do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), do governo federal, há mais verba para contemplar a categoria”, explica, mas sem convencer.

Apesar de ter votado a favor, Edgar Nóbrega (PT) ressalta que esse tipo de ação “supre apenas uma deficiência imediata”, mas não agrega melhorias à qualidade do sistema educacional do município.

“Não estabelece condicionantes e não resolve o problema estrutural. Falta diálogo e as iniciativas são tomadas sem a avaliação dos impactos que gerarão.” Segundo o petista, o fato de os prêmios estarem sendo concedidos a um ano das eleições não surpreende. “Essa prática tornou-se recorrente na cidade”, resume.