A reação do coordenador do GT (Grupo de Trabalho) de Saúde do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Homero Nepomuceno Duarte, à oferta de ajuda da presidente da Fundação do ABC, Cida Damaia, para custear ao menos parte dos testes rápidos para a detecção de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti nas sete cidades, foi desastrosa. Ao invés de agradecer e aceitar a proposta de auxílio, já que os prefeitos admitiram não ter verbas suficientes para adquirir os exames, ele mostrou total descontrole emocional e irritou-se a ponto de politizar discussão que é eminentemente técnica. Em prejuízo da sociedade.

Saúde pública é responsabilidade difusa. Pode e deve ser tratada por todas as esferas de governo. Da federal às municipais. O que importa, no caso, não é o partido ou o político que vai fornecer os testes, ou bancá-los financeiramente, mas a proteção que eles representam à população.

O Grande ABC assistiu em 2015 à explosão dos casos de dengue. Em um ano, o número de registros da doença nas sete cidades aumentou 558%. E o que faz Homero, o homem responsável pela área no Consórcio, quando ouve a oferta de socorro que pode colaborar para o controle da doença – e também do zika vírus e da febre chikungunya, ambos transmitidos pelo Aedes aegypti? Rebaixa o assunto a mera discussão político-partidária, como se vidas humanas não estivessem em risco. Lamentável.

Ao descartar, expelindo boa dose de suco biliar, a assistência oferecida por Cida Damaia, até outro dia a sua secretária adjunta em Santo André, onde ele ocupa a titularidade da Pasta de Saúde, Homero Nepomuceno Duarte demonstrou nitidamente a falta de preparo para honrar os cargos de confiança que ocupa. Faltou-lhe a grandeza necessária aos homens públicos em momentos de extrema pressão. Enquanto o coordenador do GT de Saúde do Consórcio semeia intrigas e pensa apenas na próxima eleição, a população das sete cidades fica à mercê do mosquito que está assustando o mundo e, até o momento, vem vencendo a partida. E de goleada.