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Marroquinos aparecem no 1º plano do terrorismo internacional
Da AFP
16/03/2004 | 15:01
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A presença de vários suspeitos marroquinos na investigação sobre os atentados que deixaram, na quinta-feira, 201 mortos em Madri, nove meses depois dos atentados suicidas de Casablanca, relança a questão da presença marroquina na história do terrorismo internacional.

Apenas 48 horas depois dos sangrentos atentados de Madri, o ministro espanhol do Interior, Angel Acebes, revelou que entre os cinco primeiros suspeitos detidos sábado havia três marroquinos. Mas ainda não foi demonstrado os envolvimentos efetivos, como o de outras cinco pessoas que a polícia espanhola pensa terem sido os autores materiais dos ataques, segundo o jornal madrilenho El País.

O dedo acusador foi apontado para o Marrocos logo em seguida à descoberta de uma fita gravada com a reivindicação dos atentados pela boca de um suposto porta-voz militar da Al-Qaeda, traído por seu "sotaque marroquino".

Essa importante presença marroquina nos remete aos atentados de 16 de maio de 2003 em Casablanca, onde 45 pessoas morreram, entre elas 12 camicases, praticados por um grupo terrorista composto exclusivamente de marroquinos. Todos eram residentes da periferia pobre da cidade.

A investigação policial, que prossegue, atribuiu a responsabilidade a dois grupos fundamentalistas marroquinos, la Salafia Jihadia (salafistas combatentes) e Asirat al Mustaqim (o bom caminho), sem que fossem identificados claramente os responsáveis pela organização desses ataques.

Marroquinos acusados de pertencer a Al Qaeda foram detidos depois dos atentados terroristas de Yedda (Arábia Saudita), praticados só quatro dias antes dos de Casablanca. Dois de seus compatriotas eram suspeitosos de terem planejado seqüestrar um avião para lançá-lo contra um prédio de Yedda, no mar Vermelho.

Foi um marroquino, Munir el Motasadek, de 28 anos, o primeiro condenado como parte dos atentados de 11 de setembro de 2002 nos Estados Unidos. Declarado culpado de "cumplicidade em assassinatos", foi condenado a 15 amos de prisão por um tribunal de Hamburgo, tendo, no entanto, apelado da sentença.

Mas a "pista marroquina", que tristemente regressou ao cenário, na investigação sobre os atentados de Madri, não deu lugar a revelações claras sobre a relação existente entre os movimentos fundamentalistas islamitas marroquinos e a rede terrorista Al Qaeda.




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